Dia da mamografia | Detecção precoce do câncer de mama salva vidas
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Neste domingo (5), celebramos o dia da mamografia, momento em que se traz a conscientização acerca da importância da necessidade de realizar o exame regularmente, uma vez que a detecção precoce do câncer de mama pode salvar vidas. A ideia da data é entender, também, que existem formas simples e eficazes de prevenir e vencer a doença.
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Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos anos, o Brasil regrediu nos números de mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Parte disso ocorre por causa da pandemia de covid-19. Em SP, em 2017 foram 733.425. Em 2020, para se ter uma noção, os exames realizados despencaram para 477.987.
O oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas (COC), acredita que se todas entendessem o quanto o diagnóstico precoce é valioso no processo de cura, a adesão às mamografias regulares seria muito maior. De qualquer forma, o especialista ressalta que é importante procurar um médico e seguir suas indicações, porque cada situação é única.
O que acontece é que o estilo de vida influencia em cerca de 75% dos casos de câncer de mama. Alterações genéticas, hereditariedade e outras causas respondem pelo restante. Para a prevenção, vale aderir o estilo de vida saudável, com direito a uma boa alimentação, controle da ingestão de bebidas alcoólicas e a prática regular de atividades físicas.
De acordo com o médico, a obesidade é outro importante fator de risco do câncer de mama, e inclusive acarreta tecido mamário denso, com muitas glândulas e quanto mais glândulas, maiores as chances.
O oncologista reforça que conhecer a própria mama por meio do autoexame contribui para detectar anormalidades, mas a mamografia é ainda mais eficiente, pois tem capacidade de detectar o câncer quando ele ainda não é sensível ao toque.
O COC fez um levantamento de 920 casos de câncer de mama atendidos recentemente na unidade, e constatou 85% dessas pacientes se enquadraram na taxa de sobrevida de 10 anos (ou seja, viveram ao menos dez anos a partir do diagnóstico da doença).
O que você precisa saber sobre mamografia
André de Moraes, também médico do COC, orienta que a paciente não precisa e nem deve tentar interpretar resultados de exame e isso vale também para a mamografia. "Como qualquer exame radiológico, ele é laudado pelo radiologista, mas é interpretado pelo médico responsável, no caso o mastologista ou o oncologista, que saberão avaliar o resultado à luz da condição de cada paciente. Daí, serão orientadas as condutas frente aos resultados", afirma.
O especialista menciona que existe uma classificação radiológica para mamografia, assim como para Ultrassonografia e Ressonância Magnética da mama, que é conhecida com BIRADS. "BIRADS 0, 1 e 2 são considerados de baixo risco para o diagnóstico de câncer. Os classificados como 3 são passíveis de acompanhamento e os de classificação 4 e 5 demandam a realização de biópsia para firmar o diagnóstico. Há uma classificação BIRADS 6 cujas características são diagnósticas para câncer. Mesmo estas exigem a biópsia para a confirmação", conclui.