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Dermatografismo: condição rara permite escrever na pele

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Mysid/Wikimedia Commons
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Você consegue escrever na sua pele? Então pode ter uma condição rara chamada dermatografismo, ou urticária dermatográfica. Para se ter noção, apenas 2% a 3% da população é afetada. Por trás da condição, há o papel da histamina, um composto liberado por nossas células quando elas estão feridas, inflamadas ou experimentando uma reação alérgica.

No dermatografismo, coçar levemente a pele pode causar linhas ou vergões elevados e inflamados. Essas marcas tendem a desaparecer em menos de 30 minutos, mas são bem notáveis. Basicamente, a condição pode ocorrer em qualquer idade e por uma infinidade de razões, incluindo outras doenças como a sarna ou o uso de certos medicamentos.

O que acontece é que as histaminas (aminas que, no nosso corpo, participam ativamente de reações imunológicas) respondem a gatilhos indesejáveis, mas podem reagir de forma exagerada. É por isso que algumas pessoas tomam anti-histamínicos para atenuar os sintomas de alergia, por exemplo.

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O que é dermatografismo?

A teoria é que, com o dermatografismo, esse arranhão na pele gera uma reação que resulta na liberação de histamina, da mesma forma que outros irritantes e alérgenos. Isso leva a inchaço, vermelhidão e, às vezes, coceira.

Na maioria dos casos, o dermatografismo não dura para sempre, mas pode durar meses ou até anos. Quando desencadeada por uma doença anterior, como a escabiose (sarna), tende a desaparecer mais rapidamente.

Ao Jornal da USP, a professora de Imunologia Clínica e Alergia da USP Ariana Campos Yang explicou que em nossa pele existem células responsáveis por desencadear processos alérgicos, chamadas mastócitos, que podem ficar instáveis.

"Ela guarda dentro dela substâncias que causam coceira, vermelhidão e inchaço, que contribuem com o processo alérgico, sendo que a principal é a histamina. Quando sua membrana a libera, isso causa a urticária ou o dermografismo, caracterizados pelo aparecimento de vergões e edemas acompanhados de coceira nos locais onde a pele sofre pressão”, afirmou a especialista, na ocasião.

Vale entender, então, que alguns fatores que contribuem com essa instabilidade são:

  • Pele seca
  • Períodos de estresse
  • Uso de medicações como anti-inflamatórios
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A especialista contou que a pessoa que sofre com dermografismo se sente muito incomodada, muitas vezes só por estar usando uma peça de roupa um pouco mais apertada. Com base isso, é possível afirmar que no inverno pode haver piora do quadro.

Um alerta é que essa pode ser motivada por reações a medicamentos, e que pessoas com reação aos anti-inflamatórios podem ser mais propensas. Anteriormente, estudos apontaram que pessoas mais altas têm mais risco de ter doenças de pele.

Como tratar dermatografismo?

Segundo os profissionais da área de saúde, existem duas formas principais de tratamento para o dermatografismo: o paciente pode usar anti-histamínicos e anti-alérgicos eventualmente, quando há muito incômodo, ou fazer uso contínuo desses medicamentos para manter a célula responsável estável.

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Para evitar as manifestações do dermatografismo, a dica é manter a pele bem hidratada, principalmente nos dias mais frios e secos, e procurar um médico especializado.

Fonte: IFL ScienceJornal da USP, NIH, Mayo Clinic