CRISPR esclarece como o HIV se integra ao DNA e pode ajudar na busca pela cura
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Cientistas da Northwestern University (EUA) utilizaram a técnica de edição genética CRISPR para identificar 86 genes capazes de desempenhar um papel na forma como o HIV se integra ao DNA, conforme aponta um estudo publicado na revista científica Nature Communications na última sexta-feira (1).
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Segundo o artigo, os tratamentos medicamentosos têm sido incrivelmente eficazes em suprimir a replicação e disseminação viral, mas não são curativos, então os indivíduos que vivem com HIV precisam seguir um regime de tratamento rigoroso que requer acesso contínuo a bons cuidados de saúde acessíveis. Assim, entender como o vírus se replica pode ajudar na busca pela cura.
Até agora, os estudos utilizavam modelos imperfeitos de células sanguíneas humanas, e apesar de diminuir a expressão de certos genes, mas não os desativavam totalmente. Com o sistema CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou Conjunto de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Interespaçadas), não há um meio-termo: o gene está ligado ou desligado, segundo os pesquisadores.
Para conduzir o estudo, a equipe isolou as células T (principal tipo de célula alvo do HIV) do sangue e passou a eliminar determinados genes. As células que perderam um gene importante para a replicação viral apresentaram diminuição da infecção, enquanto as células que perderam um fator antiviral apresentaram aumento dela.
Segundo os pesquisadores, 46 desses genes nunca haviam sido analisados no contexto da infecção pelo HIV, o que sugere a representação de novos caminhos terapêuticos em potencial. O estudo indica um passo rumo à cura da doença, o que ganha forças com o desenvolvimento de imunizantes ainda em testes, fornecendo uma luz no fim do túnel no que diz respeito ao combate contra esse vírus.
Fonte: Nature Communications