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Criminosos estão vendendo certificados de vacinação e testes negativos falsos

Por| Editado por Claudio Yuge | 24 de Março de 2021 às 19h00

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megostudio/Envato
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Enquanto as tentativas de fraude envolvendo a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) continuam apresentando os maiores índices de crescimento, a venda de certificados de vacinação ou resultados de testes falsos também começam a ganhar corpo entre os cibercriminosos. Os anúncios estão se proliferando na dark web e aparecem com cada vez mais frequência ao lado da já citada venda ilegal de vacinas.

De acordo com um levantamento da empresa de segurança Check Point Research, é possível obter um atestado de vacinação falso com facilidade, abaixo da superfície da web. Os cartões são semelhantes aos emitidos pelo CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo dos EUA, e trazem informações como a fabricante da vacina, lote e data de aplicação de uma ou duas doses do imunizante, além da assinatura de profissionais. Tais comprovantes são mais caros e custam, em média, US$ 200, ou cerca de R$ 1.110, com promessa de entrega em 24 horas.

Para quem não quer enfiar a mão no bolso tão profundamente, entretanto, também são vendidos testes falsos, com negativos para a presença do coronavírus no organismo. A promessa é de alta qualidade e, também, informações e design reais, com os dados sendo preenchidos pelo próprio comprador no ato da aquisição. Aqui, o preço é mais baixo, US$ 25, cerca de R$ 140, e a entrega é feita por e-mail, também por meio de endereços fraudados — até promoções de “leve três, pague dois” são realizadas aqui, com o cliente podendo preencher datas diferentes nos exames de acordo com a própria necessidade.

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Segundo a Check Point, a ideia dos criminosos é se aproveitar do negacionismo presente em uma parcela da população, da mesma forma que outros golpes usam a preocupação com a pandemia para se tornarem mais eficazes. Os anúncios são voltados para indivíduos que precisam viajar ou procurar emprego e não desejam receber doses do imunizante ou procuram evadir as restrições presentes em aeroportos ou empresas.

Os anúncios, claro, se unem à venda ilegal de vacinas, uma oferta que, segundo a Check Point, mais do que triplicou desde janeiro deste ano. Anúncios ofertam os principais imunizantes que estão sendo aplicados ou testados ao redor do mundo, como Johnson & Johnson, Sputnik, AstraZeneca e SinoPharm — os valores são de US$ 600 (aproximadamente R$ 3.300) para os dois primeiros e de US$ 500, ou pouco menos de R$ 2.800, pelos últimos.

São cerca de 1.200 anúncios prometendo, apenas, a entrega de doses, sem nenhum tipo de autenticação ou garantia de recebimento ou legitimidade. A promessa, também, é de envio em 24 horas, mas nem é preciso dizer que a venda é ilegal, assim como a compra das vacinas por indivíduos.

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“Os cibercriminosos tentam capitalizar o interesse tanto do público que anseia pela vacina como daqueles que procuram evita-la, [mas, na verdade] estão buscando informações pessoais. Realizar qualquer transação desse tipo é extremamente arriscado”, explica Oded Vanunu, chefe de pesquisa de vulnerabilidades de produtos da Check Point. Ele recomenda que os usuários de redes sociais não compartilhem fotos de seus comprovantes de vacinação ou testes negativos, já que esse é o caminho usado para obtenção de informações e designs oficiais pelos bandidos.

Além disso, a recomendação maior é para as autoridades, que devem compartilhar informações entre controles aduaneiros e agências de saúde para verificação de vacinados, enquanto utilizam chaves criptográficas únicas para garantir a autenticidade dos certificados. Aos oficiais, ainda, vale a pena prestar atenção em falhas de impressão ou erros de terminologia, que também podem entregar falsificações como as citadas, enquanto governos também podem optar pelo uso de sistemas antifraude nos cartões e comprovantes.

Fonte: Check Point Research