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Crianças com pesadelos frequentes têm maior risco de Parkinson

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Fevereiro de 2023 às 10h38

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Garakta-Studio/Envato
Garakta-Studio/Envato

Após analisar dados de quase 7 mil crianças, cientista britânico relaciona a existência de pesadelos frequentes durante a infância com maior risco de aparecimento da doença de Parkinson na fase adulta. A descoberta ainda é preliminar, mas é um alerta para que pais e familiares se interessem pelos sonhos dos pequenos. Eventualmente, algumas medidas podem ser adotadas para estimular sonhos mais leves.

Publicado na revista científica eClinicalMedicine, o estudo que mede os impactos dos pesadelos na infância e os associa com o Parkinson foi desenvolvido pelo neurologista Abidemi I. Otaiku, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.

"Em comparação com crianças que nunca tiveram pesadelos, as que tiveram sonhos angustiantes persistentes tiveram um risco 85% maior de desenvolver comprometimento cognitivo ou DP [Doença de Parkinson] aos 50 anos", afirma o autor. No entanto, ele ressalta o caráter preliminar da pesquisa.

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Pesadelos em crianças e o maior risco de Parkinson na fase adulta

No estudo, Otaiku analisou os registros médicos e a periodicidade de pesadelos em 6,9 mil crianças de 7 a 11 anos — os dados eram originalmente para outra pesquisa sobre saúde e foram coletados entre 1965 e 1969. Quando estavam com aproximadamente 50 anos, estes indivíduos foram novamente analisados.

"Entre 6.991 crianças (50,6% do sexo feminino) com acompanhamento disponível aos 50 anos, 267 (3,8%) desenvolveram comprometimento cognitivo ou DP", afirma o autor. Após ajustar os fatores, é que se verificou um risco potencial 85% maior de Parkinson entre as crianças com pesadelos frequentes.

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No entanto, cabe destacar que o número de casos de Parkinson analisados pelo estudo é bastante limitado, comprometendo a validade desta estatística tão alta. É por isso que mais estudos ainda são necessários. Além disso, outros fatores podem ter acelerado o declínio cognitivo, sem nenhuma relação com a infância dos indivíduos.

As 3 hipóteses que relacionam pesadelos com o Parkinson

Buscando hipóteses que relacionam os pesadelos na infância com o Parkinson no futuro, o pesquisador apresenta três possíveis hipóteses que ainda devem ser comprovadas:

  • Primeira hipótese: os pesadelos muito frequentes podem ser uma manifestação precoce de doenças neurodegenerativas relacionadas à idade, como o Parkinson;
  • Segunda hipótese: podem existir fatores genéticos que predispõem os indivíduos a terem mais sonhos angustiantes e um risco aumentado para a demência;
  • Terceira hipótese: é possível que os pesadelos sejam fatores de risco causais para comprometimento cognitivo, ou seja, estes pesadelos, por si só, podem ser causadores dos quadros de Parkinson.
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Vale apontar que, em 2022, o neurologista publicou outro artigo em que relacionava a frequência dos pesadelos em pessoas mais velhas com o maior risco de casos de Parkinson. Com o atual estudo, Otaiku chama a atenção para o problema desde a infância.

Fonte: eClinicalMedicine