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Covid pode ter relação com miocardite em jovens atletas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Dezembro de 2021 às 10h50

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kjpargeter/Freepik
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Nos Estados Unidos, relatos de atletas universitários que tiveram covid-19 e apresentaram casos de miocardite — uma inflamação no coração, potencialmente perigosa — crescem, mesmo que em uma porcentagem pequena. Os diagnósticos da possível complicação da pós-covid só pode ser confirmado com ressonâncias magnéticas cardíacas (RMC).

Apresentado no encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), o novo estudo sobre os efeitos da covid-19 foi desenvolvido por médicos das universidades que integram a Big Ten Conference (B1G). Até agora, não se sabe os possíveis efeitos desses casos de miocardite no pós-covid.

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A coleta dos dados sobre a sequela do coração só foi possível, porque era regra, na conferência esportiva, que os atletas que desenvolvessem covid-19 passassem por uma série de exames do coração antes de voltarem a jogar.

O que é miocardite?

Vale explicar que casos de miocardite são relatados como um desdobramento de uma infecção anterior, causadas tanto por bactérias quanto por vírus. Normalmente, a condição afeta o ritmo e a capacidade de bombeamento do coração, podendo originar espécies de cicatrizes (fibroses) no músculo cardíaco.

De acordo com os médicos do encontro da RSNA, a miocardite é associada a até 20% das mortes súbitas em jovens atletas, independente de qualquer associação com a covid-19. Agora, a pandemia e as novas evidências acenderam um alerta para o aumento da incidência da doença em jovens atletas.

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Estudo sobre os efeitos da covid em jovens atletas

No estudo, os pesquisadores analisaram resultados de 1.597 exames de ressonância magnética cardíaca coletados nas 13 universidades participantes. Do total, 37 dos atletas — o que equivale a 2,3% — foram diagnosticados com miocardite causada pela covid-19. Esta porcentagem é similar a da incidência de miocardite na população em geral.

Por outro lado, os casos de miocardite foram encontrados também em atletas que não apresentavam sintomas clínicos da condição, o que traz um alerta para os pesquisadores. O estudo observou 25 pacientes com miocardite (54%) que não apresentavam sintomas cardíacos nem anormalidades nos testes cardíacos. A identificação só era possível através de uma ressonância magnética cardíaca.

“O principal problema [para os jovens] é a presença de inflamação persistente e/ou cicatriz do miocárdio”, explicou Jean Jeudy, professor da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, nos EUA. “Cada um deles pode ser uma base subjacente para danos adicionais e aumento do risco de arritmia”, detalhou.

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Além disso, “ainda não sabemos os efeitos de longo prazo”, afirmou Jeudy. “Alguns atletas tiveram problemas que foram resolvidos em um mês, mas também temos atletas com anormalidades contínuas em sua ressonância magnética como resultado de sua lesão inicial e cicatrizes", relatou.

"Existem muitos problemas crônicos da covid-19 sobre os quais precisamos saber mais, e esperamos que este registro possa ser uma das partes principais para obter essas informações”, reforçou o professor. Agora, novos estudos devem investigar os efeitos da inflamação do miocárdio podem potencialmente impactar a vida desses indivíduos. Inclusive, os dados continuarão a ser coletados.

Fonte: RSNA