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COVID: Crianças podem receber vacina por último; quem tomará primeiro?

Por| 25 de Setembro de 2020 às 18h50

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 Katja Fuhlert/Pixabay
Katja Fuhlert/Pixabay

Se tem algo que divide opiniões em meio a essa pandemia é quem deve tomar a vacina quando ela estiver disponível. É um debate que dá pano para manga, e que traz questões verdadeiramente delicadas. Entretanto, especialistas apontaram que o cenário mais provável é que apenas adultos sejam imunizados primeiro.

Ainda é um mistério a relação entre COVID-19 e crianças, que integram o grupo de menor risco. Nos últimos tempos, esse público passou a participar de testes clínicos pontuais. Em entrevista ao Estadão, especialistas da área explicaram que a prioridade é definida pelos dados epidemiológicos e que crianças não devem ser vacinadas nem mesmo no ano de 2021.

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Há quatro candidatas ao imunizante com testes autorizado pela Anvisa. A candidata da Pfizer estuda o imunizante em pessoas a partir dos 16 anos. Já o produto da AstraZeneca envolveu idosos e crianças de 5 a 12 anos nos testes de fase 2 que aconteceram no Reino Unido. No Brasil, a prioridade atual da AstraZeneca é reunir evidências sobre o potencial da vacina para proteger as populações mais vulneráveis. Com isso, a inscrição de crianças começará assim que dados suficientes forem reunidos em adultos.

Já o Instituto Butantan, que tem feito testes no país de um imunizante da chinesa Sinovac Biotech, vai aguardar os resultados de estudos clínicos em 552 voluntários saudáveis com idade entre 3 e 17 anos na China, que devem começar ainda neste mês. A vacina produzida pela Johnson & Johnson também visa avaliar eficácia em cerca de 60 mil adultos com idades acima de 18 anos, sem informações sobre a inclusão de crianças nos testes.

Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), declara que essas fases de pesquisa focam nos grupos mais vulneráveis para determinada doença, mas, para chegar ao grupo, a pesquisa precisa de dados epidemiológicos que vão guiar para faixas etárias. Ele aponta que nas crianças, em relação à COVID-19, foi observado que não era o grupo mais afetado em gravidade.

Enquanto isso, para Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a imunização das crianças pode demorar. “As crianças não serão prioridade porque não adoecem com mais gravidade do que outros grupos e não transmitem com mais frequência. Em um plano de imunização, seriam vacinados os idosos, profissionais de saúde, doentes crônicos e as crianças estariam no último lugar da fila".

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Quem tomará a vacina primeiro?

Em agosto, Ministério da Saúde já começou a discutir quais serão os critérios usados e, de acordo com divulgação recente, devem ser os mesmos aplicados à vacinação da gripe, provocada pelo vírus influenza. Existe um projeto de lei em trâmite, do deputado Wolney Queiroz, do PDT de Pernambuco, que pede para que a definição da ordem da prioridade seja:

  1. Profissionais de saúde;
  2. Idosos (mais de 60 anos);
  3. Pessoas com comorbidades;
  4. Profissionais da educação;
  5. Atendentes de público em órgãos públicos e empresas privadas;
  6. Jornalistas;
  7. Pessoas saudáveis de idade inferior a 60 anos.
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"Estamos falando de uma doença que afetou o mundo inteiro. Existe diferença entre o mundo ideal e o real. Temos 7 bilhões de pessoas no mundo e o ideal seria que vacinássemos o mundo inteiro. Infelizmente não temos essa possibilidade. No Brasil, a estratégia que usamos é a da Influenza, uma estratégia em que a gente vai fazer uma cobertura vacinal para Influenza", afirmou Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde, no início de agosto.

Fonte: Estadão