COVID-19 | Reinfecção pode ser mais grave mesmo sem variantes, diz Fiocruz
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Se a COVID-19 ainda se mostra como um verdadeiro enigma a ser decifrado dia após dia pela medicina, a reinfecção tem exigido ainda mais da compreensão dos especialistas. E um recente estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D'Or de Ensino e Pesquisa (Idor) apontou que uma segunda infecção pela COVID-19 pode ser mais grave que a primeira vez, mesmo sem variantes.
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De acordo com o estudo, a reinfecção é responsável por uma resposta corporal inflamatória mais intensa e com sintomas mais fortes. Para chegar a essa conclusão, os especialistas usaram exemplos de reinfecções que aconteceram no estado do Rio de Janeiro e mostraram o desenvolvimento de sintomas mais agressivos em relação à primeira infecção, ainda que os pacientes em questão não tenham sido contaminados com uma variante.
Segundo Fernando Bozza, um dos responsáveis pelo estudo, a análise reforça a necessidade de manutenção das tão comentadas medidas de contenção do coronavírus: isolamento social, redução de circulação de pessoas, uso de máscaras e higienização.
"Nossa descoberta de que pessoas com COVID-19 leve podem ter controlado a replicação do SARS-CoV-2 sem desenvolver imunidade humoral detectável sugere que a reinfecção é mais frequente do que se supõe, mas essa hipótese não está bem documentada", afirmou o estudo, que ainda não foi revisado por pares.
Vale mencionar que, em janeiro, um estudo da Fiocruz já alertava para a falsa sensação de proteção que a infecção assintomática poderia trazer. E foi em dezembro que a instituição em questão revelou outro estudo apontando que a primeira exposição do organismo ao coronavírus pode não gerar memória imune em casos mais leves, com a conclusão de que uma pessoa que já teve COVID-19 corre o risco de ser infectada de novo.
"Casos assintomáticos ou muito brandos, se forem reexpostos ao vírus, poderão ter novamente uma infecção. Desta vez, pode ser que o quadro se agrave e que essa infecção seja mais severa do que a primeira, como demonstrado na pesquisa. Por esse motivo fez o alerta à população sobre a imunidade para o coronavírus. Em alguns casos, as respostas imunes podem ser fortes num primeiro momento, mas não significa que elas sejam duradouras", apontou a pesquisa, na ocasião.
Fonte: CNN