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COVID-19 | Nova onda de casos em Manaus coloca imunidade de rebanho em xeque

Por| 28 de Setembro de 2020 às 22h00

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Kjpargeter/Freepik
Kjpargeter/Freepik

Com a ascensão da pandemia, uma possibilidade veio à mente: imunidade de rebanho. Trata-se da porcentagem da população que, uma vez imunizada, impediria o surto de se alastrar. Já houve teorias apontando que ela seria atingida quando cerca de 60% da população estivesse imune. No entanto, uma nova onda de casos de COVID-19 em Manaus ameaça contrariar teorias de que a região seria um dos primeiros lugares do mundo a ter alcançado essa imunidade.

Mas antes de tudo, é preciso entender como foi o impacto da COVID-19 em Manaus: entre os meses de abril e maio, por causa do alto número de casos, os hospitais entraram em colapso. Simultaneamente, por causa do alto número de mortes, os cemitérios também não conseguiam comportar a demanda.

Mas em junho, o número de mortes despencou, o que levou especialistas em saúde pública a questionarem se tantos moradores tinham sido infectados a um nível que não havia mais ninguém para ser infectado. Com isso, o site de artigos sobre saúde medRxiv trouxe a estimativa de que 44% a 66% da população de Manaus havia sido infectada entre maio e agosto.

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Para se ter uma ideia, o número de enterros e cremações diárias caiu de 277 para 45, de maio para setembro, de acordo com dados fornecidos pela própria prefeitura de Manaus, ao que a contagem diária de mortes por COVID-19 caiu de 60 para 3. No entanto, os números passaram a subir de novo.

Imunidade de rebanho?

Em entrevista à agência de notícias Reuters, o infectologista André Patricio Almeida, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, apontou que os casos estão crescendo novamente principalmente entre os jovens e que ainda não se tem muito conhecimento se re-infecção é possível para verificar se Manaus alcançou a imunidade de rebanho, mas acredita que alguma imunidade de curto prazo provavelmente foi atingida.

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Em meio a tudo isso, um estudo da Universidade de São Paulo ainda apontou que os anticorpos contra coronavírus parecem diminuir após apenas alguns meses, o que pode explicar o ressurgimento de casos em Manaus.

Em julho deste ano, a universidade publicou um estudo estimando que a imunidade de rebanho poderia ser alcançada em uma determinada região se de 10% a 20% de uma população fosse infectada. A análise justificou que os fatores que influenciam o risco de um indivíduo contrair a COVID-19, por exemplo, podem ser divididos em ordem biológica (como a genética, a nutrição e a imunidade) e fatores comportamentais (nível de contato com outras pessoas), e os modelos que estimaram o limiar de imunidade ao SARS-CoV-2 variando entre 50% e 70% consideram que o risco de infecção é o mesmo para todos os indivíduos.

Fonte: Reuters