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COVID-19 | As máscaras com válvulas realmente são melhores? Talvez não!

Por| 26 de Julho de 2020 às 19h00

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Ashkan Forouzani/Unsplash
Ashkan Forouzani/Unsplash

Levando em consideração a existência da pandemia, um costume que adquirimos no dia a dia foi a utilização de máscara. Isso porque, nesse contexto, as máscaras faciais, incluindo as de estilo cirúrgico, têm sido apontada como a melhor opção para que as pessoas se protejam de transmissões da COVID-19. Com isso, máscaras com válvulas de respiração, em particular, estão sendo comercializadas como uma opção melhor do que revestimentos de pano simples - mas o que muitas pessoas podem não saber é que elas não funcionam para impedir a transmissão COVID-19 da mesma maneira que máscaras simples. 

De acordo com John O'Horo, médico de doenças infecciosas da Mayo Clinic (uma organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares localizada nos EUA), o objetivo da válvula é que, quando você expira, ela se abre para permitir que o dióxido de carbono e o ar expelido saiam da máscara. No entanto, a válvula é unidirecional e a máscara filtra apenas as partículas transportadas pelo ar.

As máscaras N95 são úteis para profissionais  que trabalham em hospitais e outros ambientes em que provavelmente são expostos ao COVID-19 e lidam com pacientes que não conseguem mascarar. Antes da pandemia, elas também eram usadas ​​para outras finalidades, como alguns trabalhos de construção em que partículas de entrada podem ser prejudiciais aos pulmões. O 95 no N95 indica seu nível de filtragem: eles filtram até 95% das partículas transportadas pelo ar.

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A Food and Drug Administration, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, aponta que esses são suprimentos essenciais que devem continuar reservados para os profissionais de saúde. Em ambientes hospitalares, essas máscaras geralmente são usadas em combinação com outros equipamentos de proteção que passam pela face.

Máscaras faciais fornecem uma pequena medida de proteção ao usuário, mas seu principal objetivo é proteger todos os outros mantendo as gotículas respiratórias contidas. Se todo mundo usar, é possível reduzir drasticamente a taxa de transmissão do COVID-19, porque cada fonte potencial de infecção, cada pessoa, está tentando manter suas gotículas para si. No entanto, segundo John O'Horo, quando se trata de impedir a propagação da COVID-19, usar uma máscara com válvulas é tão ruim quanto não usar uma, porque elas permitem que gotículas respiratórias, que podem transportar o vírus que causa o COVID-19, sejam expelidas.

O'Horo diz que, para pessoas saudáveis, um simples pano ou máscara de papel é ideal. Essas máscaras são baratas, fáceis de usar e respiráveis ​​o suficiente para que você não precise de uma válvula. Usar máscara é um passo simples e prático para se proteger da COVID-19, mas vale lembrar que não é o suficiente: o distanciamento social também se faz necessário, e ficar em casa o máximo possível e lavar as mãos regularmente também são medidas importantes nessa luta.

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De acordo com José Rodrigues Pereira, pneumologista da BP (A Beneficência Portuguesa de São Paulo), a utilização das máscaras, tanto as profissionais quanto as artesanais (feitas de tecido), serve não apenas para evitar que a gente se contamine, mas também como um método de barreira para evitar que pessoas contaminadas eliminem uma quantidade grande de gotículas que possam levar ao contágio de outras pessoas.

As máscaras precisam ser trocadas quando estiverem úmidas, então durante atividades do cotidiano, o médico recomenda que sejam trocadas a cada duas horas e que elas sejam higienizadas diariamente. As máscaras caseiras, de tecido, todo dia precisam ser lavadas. "Com as gotículas que a gente elimina, ela pode ficar úmida e há chance de ter algum tipo de bactéria e a gente inalar isso e causar outros tipos de problemas para o pulmão", recomenda.

"Nenhuma máscara é 100% eficaz, mas é um mecanismo a mais que a gente tem para evitar que gotículas sejam eliminadas e que a gente respire gotículas potencialmente contaminadas. Então é importante que todas as pessoas utilizem as máscaras e mantenham esse distanciamento social de pelo menos 2 metros", conclui José Rodrigues Pereira.

Fonte: Popular Science