COVID-19 | Abandono entre doses pode levar vacina a não funcionar no Brasil
Por Nathan Vieira | 09 de Setembro de 2020 às 20h40
Com a ascensão contínua da pandemia que nos envolve, busca-se a candidata à vacina que possa ser uma aliada nessa batalha. Tendo isso em mente, inúmeras farmacêuticas de lugares diferentes do mundo passaram a desenvolver candidatas, algumas delas inclusive sendo testadas no Brasil. Mas uma questão vem à tona: com uma taxa de abandono crescente, a vacina teria o resultado esperado, aqui no país?
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Essa taxa de abandono diz respeito a quando a pessoa deixa de ir no meio das doses, e cresceu 47,6% nos últimos cinco anos, e passou de 15,8% em 2015 para 23,4% no ano passado. O cálculo dessa taxa é feito com base em nove vacinas, como meningocócica C (com duas doses), tríplice viral (contra sarampo, rubéola, caxumba; também com duas doses) e a poliomielite (com três doses). Os dados são do Sistema Nacional de Imunização da base Datasus.
A estimativa quanto à vacina contra a COVID-19, é que ela tenha que ser tomada periodicamente. Seguindo o padrão atual de imunização, a vacina para a doença em questão pode não ter o resultado esperado. "Ainda não sabemos o nível de proteção das vacinas e nem por quanto tempo essa proteção vai durar", explica Denise Garrett, vice-presidente do Sabine Vaccine Institute, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Vacina no Brasil
O Ministério da Saúde já está começando a discutir quais serão os critérios usados e, de acordo com divulgação recente, devem ser os mesmos aplicados à vacinação da gripe, provocada pelo vírus influenza. O principal motivo que leva os governos a definirem quem deve ser vacinado primeiro é a escassez, uma vez que o mundo inteiro irá precisar da vacina contra o SARS-CoV-2 e podem faltar não só a quantidade de doses necessárias, como materiais como agulhas e frascos.
A candidata da China, da Sinovac Biotech está sendo testada por voluntários brasileiros pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Enquanto isso, também há um acordo entre o governo do Paraná e a farmacêutica chinesa Sinopharm para que os testes do imunizante sejam realizados na região e também para que, posteriormente, haja o compartilhamento da tecnologia.
Fonte: Folha de S. Paulo