Coronavírus pode aguentar 28 horas na tela do celular (dependendo das condições)
Por Natalie Rosa | 12 de Outubro de 2020 às 19h00
Na última semana, um estudo revelou que o coronavírus pode resistir por até nove horas na pele humana, caso não seja feita e higienização adequada. Agora, uma nova pesquisa mostra que em algumas superfícies, como a tela do smartphone, recibos de papel, vinil e aço inoxidável (material usado em talheres e uma infinidade de produtos), o SARS-CoV-2 pode se manter vivo por até 28 horas.
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A descoberta foi feita pela agência de ciência CSIRO, realizada na nacional Australian Centre for Disease Preparedness (ACDP), em Geelong, na Austrália, mostrando ainda que o coronavírus sobrevive por mais tempo em temperaturas mais baixas. Outros estudos já apontaram para a redução da taxa de sobrevivência do vírus em temperaturas entre 30°C e 40°C.
Portanto, como conta Peter Collingon, professor de doenças infecciosas na Universidade Nacional da Austrália, o experimento foi feito em uma área escura que anula os efeitos da luz ultravioleta, que já foi comprovada como capaz de matar o vírus. "É por isso que o lado de fora é provavelmente mais seguro que a parte de dentro, porque as luzes UV estão lá e o vírus pode ser inativado em parques e outras coisas que ficam ao sol", conta. Outro dado interessante do estudo, que também foi apontado na pesquisa do vírus na pele humana, é que o SARS-CoV-2 pode durar 10 dias a mais que o vírus da influenza em algumas superfícies.
O estudo relata também uma incerteza considerável em relação a quanto as superfícies atuam na propagação do vírus. "Eu diria que 90% do problema e da transmissão está relacionada a estar perto de pessoas que tossem ou espirram em sua direção, ou soltam partículas. Provavelmente cerca de 10% das transmissões são prováveis a acontecerem por causa de mãos e superfícies", explica Collignon. Mesmo assim, o especialista diz que é importante lavar as mãos antes de tocar o rosto.
Para Larry Marshall, executivo-chefe do CSIRO, estabelecer a duração da sobrevivência do vírus em superfícies permite que os cientistas consigam prever e prevenir a propagação da doença. A pesquisa conta também que o vírus é mais resistente em papel do que plástico e em superfícies mais lisas, em vez das porosas, como o algodão.
Fonte: BBC