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Coronavírus resiste por 9 horas na pele (se não houver higienização correta)

Por| 08 de Outubro de 2020 às 14h45

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Reprodução: Cytonn Photography/Unsplash
Reprodução: Cytonn Photography/Unsplash

Pesquisadores do Japão acabam de descobrir uma novidade sobre o coronavírus: o SARS-CoV-2 pode permanecer na superfície da pele humana por mais tempo que o vírus da gripe. De acordo com o estudo, enquanto o vírus influenza A permanece vivo na pele por cerca de duas horas, o vírus que provoca a COVID-19 pode resistir por até nove horas, o que reforça a higienização constante das mãos e braços.

A pesquisa foi publicada no último dia 3 de outubro, sábado, na revista científica Clinical Infectious Diseases. "O estudo mostra que o SARS-CoV-2 pode ter um risco maior de transmissão por contato do que o vírus influenza A por ser muito mais estável na pele humana. Essa descoberta sustenta a hipótese de que a higiene correta das mãos é importante para a prevenção da propagação do vírus", dizem os autores.

Teste na pele

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Ainda no início da pandemia, pesquisadores analisaram a duração do coronavírus em superfícies, mostrando que ele poderia se manter vivo em materiais de cobre por até quatro horas, 24 horas em papelão, e 72 horas em plástico e aço inoxidável. No entanto, os testes com pele humana demoraram para acontecer, pois ainda não era seguro simplesmente depositar o coronavírus na pele de alguém, sem saber muito sobre seus riscos e letalidade.

Então, pesquisadores da Universidade de Medicina da prefeitura de Kyoto, no Japão, criaram um modelo de pele artificial com amostras reais de pele humana que foram obtidas por meio de autópsias, cerca de um dia após a morte. Os cientistas descobriram que, até 24 horas após o óbito, a pele continua mantendo muitas de suas funções, podendo até mesmo ser usada para enxertos — sendo assim, foi ideal para a realização dos testes sem colocar a vida de algum voluntário em risco.

Uma vez no modelo, o SARS-CoV-2 sobreviveu nessas amostras por 9,04 horas, mais do que o influenza A, que sobrevive por 1,82 hora. Ao ser misturado ao muco, que simularam as partículas virais vindas de tosse ou espirro, o coronavírus resistiu por cerca de 11 horas. A boa notícia é que, após o uso de um desinfetante com etanol a 80%, ambos os vírus foram inativados na pele em questão de 15 segundos após a aplicação.

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O próximo passo da pesquisa é calcular a quantidade de partículas necessárias para provocar a infecção no organismo através do contato com a pele contaminada.

Fonte: Live Science