Coronavírus caminha para se tornar uma das principais causas de morte no mundo
Por Nathan Vieira | 26 de Maio de 2020 às 13h42
Mais de 345 mil mortes causadas pela COVID-19 já foram registradas globalmente. De acordo com o epidemiologista Theo Vos, pesquisador do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o cenário atual aponta para a possibilidade de que a COVID-19 fique justamente entre as principais causas de morte de 2020.
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O especialista ressalta, entretanto, que só saberemos disso com certeza daqui a alguns anos, quando tivermos os dados. Ainda assim, informações oficiais que se encontram disponíveis já permitem uma comparação entre a COVID-19 e outras causas de morte (como doenças cardiovasculares e cânceres, que ainda são as principais).
Segundo dados apontados pelo estudo Global Burden of Disease (Fardo Global das Doenças, em tradução livre), feito pelo IHME, na Universidade Johns Hopkins, em relação ao avanço ou a regressão da epidemia em cada país, sendo que o número de novas mortes registradas flutua a cada semana, é possível notar que, no pico entre março e abril, o coronavírus superou a média de mortes semanais causadas em 2017 por diabetes, acidentes de trânsito e doenças do aparelho digestivo em todo o mundo, deixando também para trás problemas como tuberculose, HIV e malária, por exemplo.
O estudo em questão também traz as mortes por 282 tipos de doenças e ferimentos em 195 países e territórios, e expõe que, na América Latina, o diabetes matou semanalmente cerca de 3.515 pessoas em 2017. Em contrapartida, as infecções pulmonares, como a pneumonia e a bronquite, mataram 3.836 por semana naquele ano, em média. Entretanto, na semana dos dias 4 a 10 de maio de 2020, a COVID-19 matou 6.987 pessoas na região. No Brasil, o mesmo período de 4 a 10 de maio viu o número de novas mortes registradas pela doença (4.072) ultrapassar em muito a média semanal de mortes por homicídios em 2017 (1.227), ano em que o país bateu um recorde histórico de mortes violentas.
Fonte: BBC News Brasil