Coquetel da AstraZeneca combate subvariantes da Ômicron, diz estudo
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 22 de Março de 2022 às 10h14
A farmacêutica AstraZeneca divulgou, na segunda-feira (21), os primeiros resultados sobre a eficácia do coquetel à base de anticorpos, o Evusheld. Composto pela junção do tixagevimab com o cilgavimab, o medicamento conseguiu combater a variante Ômicron (BA.1) e as suas subvariantes, como a BA.2, em testes pré-clínicos.
Desenvolvido por cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o preprint — estudo ainda não revisado por pares — foi publicado na plataforma BioRxiv. As descobertas também apontam para a possibilidade dos anticorpos sintéticos serem usados como uma alternativa profilática (antes da infecção). É o que se observou nos roedores.
“Esses novos dados de modelo de camundongo in vivo confirmam resultados anteriores de atividade de neutralização in vitro para Evusheld contra Ômicron. As descobertas demonstram que o Evusheld foi eficaz na proteção contra infecções nos pulmões, um local crítico para a covid-19 grave, em todas as subvariantes Ômicron testadas”, afirmou Michael S. Diamond, da Universidade de Washington, em comunicado.
Estudos com o anticorpo sintético da AstraZeneca
De acordo com os pesquisadores, os anticorpos da AstraZeneca preservam a atividade neutralizante contra a subvariante BA.2 da Ômicron — sendo esta nova cepa emergente e altamente transmissível. Além disso, os dados mostraram que Evusheld combate a Ômicron original (BA.1) e a cepa BA.1.1.
Segundo a farmacêutica, "os dados in vivo (organismos vivos), gerados usando camundongos infectados com Ômicron BA.1, BA.1.1 e BA.2, demonstraram que o Evusheld reduziu significativamente a carga viral e limitou a inflamação nos pulmões para todas as três subvariantes". É importante destacar que a carga viral está associada ao aumento da gravidade da infecção e mortalidade da doença.
"Esses dados importantes mostram que o Evusheld reduziu a carga viral e limitou a inflamação causada pela Ômicron. As descobertas apoiam ainda mais o Evusheld como uma opção potencialmente importante para ajudar a proteger pacientes vulneráveis, como os imunocomprometidos, que podem enfrentar resultados ruins se forem infectados com a covid-19”, explicou John Perez, da AstraZeneca.
Como funciona o tratamento contra covid?
Vale explicar que o tratamento com o coquetel de anticorpos sintéticos da AstraZeneca é administrado por infusão. As moléculas destas proteínas foram feitas em laboratório (sintéticas), a partir de amostras de anticorpos identificadas em pacientes que se recuperaram da infecção.
No organismo, os anticorpos monoclonais agem de forma similar aos anticorpos neutralizantes humanos. Em outras palavras, combatem o vírus da covid-19, impedindo que a infecção avance para outras células saudáveis do corpo.
Fonte: BioRxiv e AstraZeneca