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Diagnóstico precoce do Alzheimer no sangue é meta no Rio Grande do Sul

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Julho de 2023 às 11h59

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iLexx/Envato
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O Ministério da Saúde estima que 1,2 milhão de brasileiros tenham algum tipo de demência, sendo a doença de Alzheimer a mais comum entre elas. Como regra geral, o diagnóstico só é feito quando a neurodegeneração já está avançado e existem poucas alternativas de tratamento. Para reverter esse cenário, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e as autoridades de saúde do Rio Grande do Sul trabalham em uma pesquisa pioneira no diagnóstico precoce da condição.

Ainda não implementado, o novo estudo busca o desenvolvimento de um novo teste de sangue que identifica biomarcadores da doença do Alzheimer, como proteínas na corrente sanguínea associadas com esse tipo de demência. A ideia é que seja possível prever, com antecedência, quais indivíduos correm maior risco de ter a doença e, com isso, seja viável propor mudanças no estilo de vida — como prática de atividade física, adoção de uma boa alimentação e estímulo intelectual e de raciocínio mais intenso.

“Como a expectativa de vida da população gaúcha aumenta a cada ano, consideramos o atendimento em saúde do idoso uma prioridade”, afirma Arita Bergmann, secretária estadual da Saúde, em nota sobre as motivações por trás da iniciativa.

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Como será o estudo para diagnóstico precoce do Alzheimer?

Do lado universitário, a pesquisa para o diagnóstico precoce do Alzheimer entre as pessoas mais velhas será liderada pelos pesquisadores Eduardo Zimmer, do Departamento de Farmacologia da Ufrgs, e Diogo de Souza, do Departamento de Bioquímica.

“Já é consenso da literatura médica e científica que essas doenças começam 20 a 30 anos antes dos sintomas”, afirma Zimmer. “Então, se a gente consegue identificar a presença da patologia no cérebro, com exame de sangue antes dos sintomas, teremos uma grande janela por onde a gente pode tentar impedir que esses indivíduos desenvolvam os sintomas”, acrescenta.

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Em um primeiro momento, o trabalho estará voltado para o desenvolvimento de um exame de sangue que rastreie pacientes com elevado risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Em seguida, a testagem deve ser expandida para a população.

Quando o estudo estiver mais avançado, os cientistas poderão descobrir, por exemplo, qual o “segredo” das pessoas que têm tendência para o Alzheimer, mas, por algum motivo ainda desconhecido, não manifestam os sintomas típicos, como a perda de memória. Isso abre caminho para a descoberta de novas terapias.

Testes de sangue para Alzheimer

Mesmo sem detalhes do tamanho do público que será alcançado pelo estudo que deve envolver a rede pública, o projeto do Rio Grande do Sul é pioneiro por pensar a questão no Brasil. Hoje, já existem diferentes tipos de testes de sangue que buscam biomarcadores da neurodegeneração, inclusive podem ser encontrados na rede privada de saúde, mas o uso entre os brasileiros é bastante limitado devido aos custos envolvidos.

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Em outra pesquisa recente com o mesmo conceito, cientistas do King's College London, no Reino Unido, desenvolveram um teste capaz de identificar o risco potencial da doença de Alzheimer com 3,5 de anos de antecedência. Este é definitivamente um importante campo para a ciência médica, ainda mais quando se considera o envelhecimento e a importância da qualidade de vida com longevidade.

No momento, a ciência ainda não descobriu uma cura 100% eficaz contra a doença. Por outro lado, com um diagnóstico, é possível pensar em estratégias farmacológicas ou não, como mudanças no estilo de vida, para garantir um melhor envelhecimento. Considerando que o estudo conta com apoio do governo, é esperado que se reverta em novas políticas públicas para os idosos, implementadas pela Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul.

Vale mencionar que, no campo dos novos tratamentos, os Estados Unidos discutem, nesta quinta-feira (6), a primeira aprovação completa para um medicamento contra o Alzheimer: o remédio Leqembi, desenvolvido pela Eisai e pela Biogen. Este também pode representar uma nova esperaça para os pacientes.

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Fonte: SES/RS e Agência Brasil