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Como impedir uma segunda onda da COVID-19 durante a reabertura econômica?

Por| 24 de Junho de 2020 às 19h40

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Andre Penner/ AP Photo
Andre Penner/ AP Photo

Muitos governos têm iniciado o processo de reabertura gradual, após o controle do novo coronavírus (SARS-CoV-2), mas qual é a melhor maneira de liderar essa retomada? Segundo uma pesquisa do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), é o comportamento individual que impedirá, principalmente, uma segunda onda da COVID-19.

Entre as iniciativas individuais necessárias para impedir novos casos de coronavírus e possível lockdown, estão: manter o distanciamento social; adotar o uso correto de máscaras protetoras; higienizar sempre as mãos.

Publicado na revista científica Nature, o artigo também aponta que, em países que ainda não atingiram o pico de casos ativos, as medidas de isolamento social devem ser mantidas por pelo menos 60 dias e o desconfinamento gradual é que deve garantir o menor risco de uma segunda onda.

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Histórico

De forma geral, os países que mais rápido impuseram medidas de isolamento social estão lidando com o novo coronavírus de maneira mais eficiente, com poucos casos, como a Nova Zelândia. No entanto, como e quando aliviar as restrições é uma decisão difícil, que oscila entre a necessidade de reativar a economia e o risco de uma segunda onda de infecções que pode sobrecarregar os sistemas de saúde.

"O problema é que avaliar esse risco é difícil, dada a falta de informações confiáveis ​​sobre o número real de pessoas infectadas ou a extensão da imunidade desenvolvida entre a população", explica Xavier Rodó, um dos responsáveis pelo artigo do ISGlobal.

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Para contornar esse problema, a equipe de Rodó apresenta projeções baseadas em um modelo que divide a população em sete grupos: suscetível; em quarentena; exposto; infeccioso não detectado; relatado infeccioso; confinado; recuperado; e óbito. Dessa forma, o modelo permite simular o grau de confinamento da população e as diferentes estratégias pós-confinamento.

"Nosso modelo é diferente, porque considera o retorno de pessoas confinadas à população suscetível para estimar o efeito do desconfinamento e inclui o comportamento das pessoas e a percepção de risco como fatores moduladores", detalha Rodó. "Esse modelo pode ser particularmente útil para países onde o pico de casos ainda não foi atingido, como os do hemisfério sul. Isso permitiria avaliar políticas de controle e minimizar o número de casos e fatalidades causados ​​pelo vírus", comenta outro pesquisador do ISGlobal, Leonardo López.

Máscaras e álcool em gel

Na Espanha, por exemplo, onde acontecem diferentes formas de desconfinamento para a população de acordo com a região em que moram, o comportamento individual será essencial para reduzir ou evitar uma segunda onda. "Se conseguirmos reduzir a taxa de transmissão em 30% com o uso de máscaras faciais, higiene das mãos e distanciamento social, podemos reduzir consideravelmente a magnitude da próxima onda. Reduzir a taxa de transmissão em 50% pode evitá-la completamente", defende Rodó.

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Além disso, essas medidas podem ajudar, inclusive, países que não têm recursos para testagem e rastreamento em massa de casos. No entanto, o risco da perda de imunidade ao coronavírus pode ser um desafio extra no combate à COVID-19. Caso a imunidade contra o vírus seja de longa duração (um ano), o tempo entre novas ondas epidêmicas pode até dobrar, o que dará oportunidade para a chegada de uma vacina.

Fonte: ISGlobal via Eureka Alert