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Como células "Homem-Aranha" e "Pac-Man" se unem para eliminar bactérias

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Setembro de 2021 às 13h20

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Montagem/Renato Santino
Montagem/Renato Santino

Um novo estudo, publicado na revista Science Advances, conseguiu observar um cross-over inusitado dentro do sistema imunológico. Células com habilidades do Homem-Aranha e do Pac-Man se unem para combater os malfeitores; no caso, bactérias que invadem o organismo.

No estudo, realizado em ratos, os pesquisadores demonstraram a ação conjunta dos neutrófilos, células de defesa que se autodestroem para disparar uma espécie de teia, conhecida como armadilhas extracelulares dos neutrófilos (ou NET, na sigla em inglês), a partir de suas membranas rompidas.

A NET tem duas funções. A primeira delas é usar o DNA neutrófilo para degradar a bactéria. A outra é alertar os macrófagos sobre a ameaça; esses glóbulos sanguíneos brancos têm a função de absorver e neutralizar as ameaças, bem ao estilo Pac-Man contra os fantasmas.

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O objetivo do estudo era entender melhor como funciona a parceria entre esses dois personagens diante de uma infecção. Os pesquisadores já haviam percebido que uma proteína específica, chamada S100A9, rege a velocidade do disparo da NET, e que ratos com níveis mais baixos têm mais chances de sobreviver ao Staphylococcus aureus, bactéria resistente à meticilina.

A pesquisa mais recente ajudou a entender esse mecanismo. Quando essa proteína está em baixa, as mitocôndrias dos neutrófilos vazam elétrons que produzem radicais livres danosos à célula, o que facilita a autodestruição e a liberação da NET mais rapidamente. Assim, a operação conjunta com os macrófagos é mais ágil e efetiva.

O mesmo resultado foi observado quando as células combatiam a infecção pelo Streptococcus pneumoniae, que pode afetar vários órgãos, e pela Pseudomonas aeruginosa, comumente contraída em infecções hospitalares.

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Os pesquisadores notam que portadores de doenças autoimunes, incluindo lúpus e artrite reumatoide, tendem a produzir mais a proteína S100A9, o que pode causar mais lentidão no disparo da NET e uma resposta inferior a infecções bacterianas por estafilococos.

Fonte: Live Science