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Coalizão COVID Brasil: governo e mais de 40 hospitais testam novos tratamentos

Por| 25 de Março de 2020 às 17h24

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Reprodução: Live Science
Reprodução: Live Science

Após anúncios oficias sobre possíveis alternativas para o tratamento do novo coronavírus (SARS-CoV-2), é firmada uma parceria entre instituições, como Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio Libanês e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), com suporte do Ministério da Saúde. A proposta é iniciar pesquisas que avaliam a eficácia e a segurança de novas terapias para pacientes com quadros graves ou leves da doença.

Chamada de Coalizão COVID Brasil, a iniciativa contará com 40 a 60 hospitais do país para realizar três pesquisas que irão avaliar a eficácia de medicamentos como a hidroxicloroquina ( medicamento para a malária, lúpus e artrite reumatoide), o antibiótico azitromicina e corticoides em pacientes com diagnóstico positivo para a COVID-19.

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Nesse caso, não são novos medicamentos e, sim, novas terapias que serão pesquisadas. Isso significa que as instituições procuram desenvolver novo protocolo para um tratamento off-label, quando a indicação do profissional de saúde para o uso da droga se difere do que consta na bula.

O presidente Jair Bolsonaro também demostra apoio a essas pesquisas e vê como uma das esperanças para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, inclusive via Twitter. Hoje (25), escreveu: "O tratamento da COVID-19, a base de Hidroxicloriquina e Azitromicina, tem se mostrado eficaz nos pacientes ora em tratamento. Nos próximos dias, tais resultados poderão ser apresentados ao público, trazendo o necessário ambiente de tranquilidade e serenidade ao Brasil e ao mundo".

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Como funciona?

Com um projeto que abordará, nesse primeiro momento, três focos, a Coalizão I pesquisará o quadro de pacientes, de menor gravidade, internados com a COVID-19. Nestes pacientes será avaliado se a hidroxicloroquina é eficaz na melhora do quadro respiratório. Também será avaliado se adicionar o antibiótico azitromicina, que aparentemente pode potencializar a ação da hidroxicloroquina, terá efeito benéfico adicional. Para esse tema, serão investigados 630 pacientes.

Já na segunda pesquisa, a Coalizão II, estão envolvidos os casos mais graves, que necessitam de maior suporte respiratório. Dessa forma, todos os pacientes receberão o medicamento hidroxicloroquina, com o objetivo de verificar se a azitromicina tem efeito benéfico adicional, ou seja, se há potencial de melhora dos problemas respiratórios com a combinação. Para isso, está prevista a participação de 440 pacientes.

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Por fim, o terceiro estudo, chamado de Coalizão III, avaliará a efetividade da dexametasona, uma medicação com ação anti-inflamatória, para pacientes com insuficiência respiratória grave, que necessitam de suporte de aparelhos (ventilador mecânico) para respirar. Nesta pesquisa serão incluídos 284 pacientes.

Esses resultados, que deverão estar disponíveis em 60 a 90 dias, são essenciais para que profissionais da saúde definam novos protocolos para o atendimento de pacientes com a COVID-19 no Brasil.

Caso norte-americano

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Motivadas pelas publicações e postagens nas redes sociais, muitas pessoas, no mundo todo, têm procurado, em farmácias, pela combinação dos medicamentos estudados, ainda em fase de testes, para o tratamento da COVID-19, em casa. Essa situação obrigou até a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se pronunciar sobre o tema e afirmar que esse coquetel não tem eficácia profilática (não ajuda na imunização).

Entre os casos, há o relato de um homem do Arizona, nos Estados Unidos, que faleceu. Sua esposa encontra-se em estado crítico. O fato aconteceu após eles se auto-medicarem com a combinação de medicamentos, informou o canal de TV norte-americano CNN. Segundo a reportagem, tanto a mulher quanto o marido estavam com "medo de adoecer" antes de iniciarem o tratamento.

O problema é que o homem confundiu cloroquina com fostato de cloroquina, uma substância utilizada para limpar aquários de peixes ornamentais. A cloroquina e a hidroxicloroquina usada em medicamentos, aliás, também podem ser extremamente tóxicas, quando não administradas sob a supervisão de um médico. Nesses casos, mesmo doses baixas podem ser fatais, além de poderem desencadear uma variedade de efeitos secundários graves.

Fonte: Com informações: Popular Science