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Coordenador da Fiocruz ressalta que cloroquina não é eficaz contra coronavírus

Por| 17 de Julho de 2020 às 15h38

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HeungSoon/Pixabay
HeungSoon/Pixabay

Mesmo que importantes entidades internacionais apontem para a falta de eficácia do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina — remédios normalmente receitados para o tratamento de doenças autoimunes e malária — para o novo coronavírus (SARS-CoV-2) segue sendo discutida no Brasil. Nesta sexta-feira (17), o pesquisador Cláudio Maierovitch, coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância da Fiocruz Brasília, afirmou que a instituição não recomenda o uso dos medicamentos para o tratamento de pacientes com a COVID-19.

Segundo o pesquisador, em entrevista para a Globo News, não há estudos que comprovem a eficácia da droga. A notícia veio à tona quando Maierovitch foi questionado via ofício enviado pelo Ministério da Saúde que orientava a Fiocruz a recomendar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento precoce da COVID-19. 

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Entenda a questão

"A Fiocruz orienta profissionais, ela afirma que não há base científica para a cloroquina, pelo contrário, há evidências de que não deve ser utilizada. Mas, se recebe comunicado do Ministério da Saúde, não pode deixar de informar seus profissionais", afirmou o pesquisador da instituição. "Internamente, é conhecido [na Fiocruz] que [a cloroquina] não tem eficácia", ressaltou.

"Nesse caso, não é papel da Fiocruz dizer à sociedade que aquilo deve ser praticado, isso cabe os canais do próprio Ministério da Saúde. Não é conhecimento da Fiocruz ou que tenha respaldo científico da Fiocruz, é um ofício enviado a vários serviços de saúde que a Fiocruz recebe e informa a quem deve ser informado dentro da instituição", completou o pesquisador.

Para validar a eficácia das drogas contra a COVID-19, a Fiocruz integra um estudo que avalia medicamentos que, eventualmente, possam ser utilizados. No entanto, a cloroquina não faz parte dessa pesquisa, diz Maierovitch.

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Cloroquina no mundo

Durante os primeiros meses da pandemia, a cloroquina e a hidroxicloroquina foram consideradas uma das grandes apostas para o enfrentamento do novo coronavírus. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu, pela segunda vez, estudos clínicos que avaliavam o potencial do medicamento hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes diagnosticados com a COVID-19, em junho. Isso porque, segundo a entidade, as últimas evidências apontavam para o fato de que a substância não era capaz de reduzir a mortalidade em pacientes internados com a doença.

Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana equivalente à Anvisa no país, também revogou a autorização do uso tanto da cloroquina quanto da hidroxicloroquina, mesmo em caráter emergencial, para pacientes da COVID-19. A revogação também foi feita em junho.

Fonte: Uol e BBC