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Cientistas estão criando jóias e acessórios com capacidades contraceptivas

Por| 28 de Março de 2019 às 13h23

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(Imagem: Mohammad Mofidfar, LauraO’Farrell, Mark R.Prausnitz
(Imagem: Mohammad Mofidfar, LauraO’Farrell, Mark R.Prausnitz

Quando o assunto é “não fabricar bebês”, o ônus da prevenção contraceptiva quase sempre recai sobre a mulher. Pensando nisso, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia, nos EUA, estão desenvolvendo peças vestuárias que contenham capacidades de prevenção de natalidade, a fim de tornar esse esforço um pouco menos exigente ao corpo feminino, sem falar na dor.

As evoluções da pesquisa vêm sendo publicadas na publicação clínica Journal of Controlled Release e faz menção a um brinco, um anel, um colar/corrente e um relógio de pulso — todos equipados com adesivos transdérmicos, ou patches, capazes de espalhar o hormônio Levornogestrel, um componente muito comum em remédios contraceptivos pós-relação sexual, como a chamada “pílula do dia seguinte” (PDS). A isso, os cientistas estão dando o nome de “Jóias farmacêuticas”.

“Nós esperamos que a administração do levonorgestrel via pele, por meio de um patch em um brinco, tenha a mesma eficácia do que a entrega deste hormônio por meio de um DIU ou implante, desde que nós possamos manter a correta concentração dele no sangue”, disse Mark Prausnitz, Professor de Regentes na Escola de Bioengenharia Molecular e Química no Instituto de Tecnologia da Georgia e um dos três pesquisadores do estudo.

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A novidade ainda não passou por testes humanos, mas avaliações feitas em ratos parecem promissoras, segundo a equipe: foram feitas aplicações com 16 horas sob o hormônio na pele, e oito horas sem ele, tentando simular o período de tempo que uma pessoa usaria um brinco ou colar no dia a dia. “Nossos testes iniciais trouxeram provas circunstanciais de que isso pode ser feito em ratos. Notamos que as concentrações hormonais foram reduzidas quando o patch era removido, mas mesmo assim, estavam bem acima do mínimo contraceptivo em humanos”, disse Prausnitz.

Em outras palavras: com a continuidade da aplicação do patch nos roedores, mesmo quando ele era removido, os níveis de levonorgestrel ainda estavam acima do mínimo requerido pelas convenções contraceptivas.

Esses patches — adesivos contraceptivos — não são exatamente uma novidade: eles já são comercializados em alguns mercados. Aqui no Brasil, uma busca rápida pelo Google mostrou que eles são comercializados por preços entre R$ 60 e R$ 90, dependendo da marca e da farmácia. Segundo a ONG Planned Parenthood, eles podem ser aplicados no bíceps, estômago, costas ou nádegas, precisando ser trocados de três em três semanas, com uma semana de intervalo entre as trocas. A eficácia, se usados corretamente, é de até 91% (ou seja, há margem de erro). Entretanto, é a primeira vez que se ouve falar de aplicação em adereços vestíveis.

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O objetivo da pesquisa é o de oferecer uma opção mais confortável de contracepção para as mulheres, de forma que não seja tão invasiva quanto o DIU (dispositivo intrauterino); nem traga tantos efeitos colaterais e exijam monitoramento diário como as pílulas anticoncepcionais comuns. É importante ressaltar, porém, que nada disso serve como método de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), então o “brinco anticoncepcional”, se um dia vier ao mercado, deverá ser usado em conjunto com a camisinha.

E para os homens?

Ontem, 27, foi noticiado na imprensa que as famigeradas pílulas anticoncepcionais masculinas foram aprovadas em testes iniciais de segurança humana nos EUA. Os resultados foram divulgados em encontro de médicos realizado em Nova Orleans.

A ideia é que as pílulas sejam ingeridas uma vez ao dia, tal qual os remédios femininos, e traz em sua composição hormônios específicos que enfraquecem a produção de espermatozoides, reduzindo o volume do sêmem consideravelmente, mas sem dano ou perda à libido.

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Entretanto, os testes iniciais são, bem, essenciais. Deles até a efetiva comercialização da medicação, anos podem se passar, talvez uma década inteira e além. Atualmente, os métodos contraceptivos masculinos disponíveis são o uso da camisinha e a vasectomia — entretanto, há um consenso na comunidade médica de que a cirurgia não deve ser feita em homens com menos de 35 anos e sem filhos. Geralmente, ela é feita por casais com dois ou mais herdeiros.

Fonte: Gizmodo; Planned Parenthood; CNN