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Cientistas do Butantan desenvolvem nova vacina contra tuberculose

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Junho de 2022 às 12h45

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Wavebreakmedia/Envato Elements
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Uma equipe de pesquisadores do Instituto Butantan trabalha em uma potencial vacina contra a tuberculose. Em testes com animais, o imunizante mostrou uma eficácia maior que a da tradicional vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin). No futuro, esta pode ser uma nova opção para a imunização dos brasileiros.

Publicado na revista científica Frontiers in Immunology, o estudo detalha os testes da vacina recombinante contra a tuberculose em roedores. Após serem infectados, os camundongos vacinados apresentaram cinco vezes menos bactérias no pulmão e uma melhora na função pulmonar, em comparação aos imunizados com a BCG original, afirmam os autores.

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Para chegar na fórmula atual, os cientistas utilizaram a técnica de edição gênica CRISPR, o que permitiu remover um gene que causa resistência a antibióticos da formulação. No momento, ainda não há previsão do início de testes em humanos.

Como é hoje a vacinação contra a tuberculose?

Vale explicar que a vacina BCG já completou 100 anos de existência e, desde 1976, é usada em recém-nascidos no Brasil. Sabe aquela marquinha no braço que as pessoas costumam ter? Muito provavelmente, foi deixada pela picada do imunizante. Este é um dos principais identificadores da imunização, já que permanece na vida adulta.

Ainda hoje, a vacina é considerada altamente eficaz contra as formas graves da doença em crianças, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar. No entanto, a imunidade contra a tuberculose diminui na fase adulta.

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"A BCG é a única vacina licenciada contra a tuberculose. É especialmente importante que as crianças evitem o desenvolvimento de formas graves de TB [tuberculose]. No entanto, sua eficácia diminui com o tempo e os adultos são menos protegidos", explicam os autores do estudo sobre a necessidade de novas vacinas.

Nova versão da vacina do Butantan

Para entender, a potencial vacina contra a tuberculose pode ser compreendida como um aperfeiçoamento da fórmula já existente, a BCG. Isso porque é produzida a partir do acréscimo de um adjuvante na versão original, ou seja, uma substância que potencializa a resposta imune. Este novo elemento é um fragmento da bactéria E. coli, denominado LTAK63.

No entanto, o fragmento original continha um gene de resistência a antibióticos, o que impedia que ele fosse aplicado, de forma segura, em humanos ou em outros animais. Para contornar a questão, a equipe usou técnica de edição gênica CRISPR e deletou parte do genoma "problemático", mantendo a eficácia da fórmula.

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Fonte: Frontiers in Immunology e Instituto Butantan