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Cientistas descobrem o que nos faz lembrar de coisas ruins e leva à ansiedade

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Setembro de 2022 às 13h23

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ightFieldStudios/Envato
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Cientistas conseguiram, por meio de testes com ratos, identificar alguns dos mecanismos cerebrais responsáveis por nos lembrar de coisas ruins de forma inapropriada. O medo é uma ferramenta de sobrevivência importante, e senti-lo nos ajuda a evitar situações de risco e agir de acordo com perigos enfrentados.

O problema é quando a reação é excessiva e não vai embora mesmo após estarmos a salvo — como no transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), que pode deixar o portador incapacitado por longos períodos. Com a teoria de que algumas pessoas teriam uma tendência maior a desenvolver medos patológicos, especificamente por conta de distúrbios no processamento de memórias do cérebro, cientistas da Universidade de Linköping se propuseram a investigar a patologia.

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O culpado pela ansiedade

A proteína alvo da pesquisa é a PRDM2, responsável por suprimir a expressão de alguns genes no cérebro. Outros estudos apontaram que seus níveis são menores em indivíduos com dependência alcoólica, também levando a respostas exacerbadas ao estresse. Para nós, humanos, é comum ver abuso de substâncias andar de mãos dadas com condições como ansiedade — levando à suspeita de que os mecanismos para sua expressão fossem os mesmos.

Novas memórias, para serem consolidadas, precisam ser estabilizadas e tornadas de longo prazo, o que chamamos de consolidação. Foi investigado, então, como níveis reduzidos de PRDM2 agem no processamento de recordações de medo (suprimindo sua ação nos roedores), e identificado um mecanismo: o aumento da atividade na rede entre os lobos frontais do cérebro e a amígdala acaba elevando as reações de medo que aprendemos.

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Logo, segundo o estudo, publicado na revista científica Molecular Psychiatry, pacientes com transtornos de ansiedade e outros distúrbios relacionados podem acabar se beneficiando de tratamentos que suprimam ou eliminem memórias de medo.

A regulação negativa do PRDM2, identificada pelos cientistas, ainda não possui um mecanismo biológico manipulável por nós, ou seja, não podemos aumentar a ação da proteína, mas sua descoberta ajuda a desvendar o funcionamento de problemas como o TEPT e os motivos de alguns pacientes terem mais facilidade a desenvolver condições relacionadas à ansiedade, bem como sua relação com dependência química. Espera-se que, no futuro, possamos utilizar esse conhecimento em tratamentos terapêuticos.

Fonte: Molecular Psychiatry