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Cientistas descobrem como criar o sangue artificial perfeito

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Abril de 2023 às 15h52

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ThisIsEngineering/Pexels
ThisIsEngineering/Pexels

Encontrar doadores de sangue para manter os estoques altos dos bancos não é uma tarefa fácil. Na verdade, hospitais e hemocentros estão sempre precisando de novas doações. Diante desse desafio, pesquisadores norte-americanos afirmam ter descoberto a fórmula perfeita para o sangue artificial.

O que a equipe de cientistas da Ohio State University, nos Estados Unidos, alega ter identificado é a melhor maneira de produzir glóbulos vermelhos (hemácias) artificialmente. Este é um dos compostos do sangue e que, no corpo, é somado com os glóbulos brancos (leucócitos) e o plasma. A nova fórmula é algo como um primeiro passo na direção do sangue completo.

Conforme os autores detalham em artigo publicado na revista científica Biomacromolecules, o segredo da fórmula para os glóbulos vermelhos sintéticos está no tamanho das moléculas. Estas não podem ser pequenas ao ponto de "vazarem" pelos tecidos, como já ocorreu com outros produtos do tipo. Até hoje, nenhum composto foi oficialmente aprovado para o uso em humanos pela agência Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, com função similar a da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.

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Quando usar o sangue artificial?

Na atual etapa de desenvolvimento, os cientistas já sabem que o sangue artificial em desenvolvimento não poderá ser usado na substituição de transfusões convencionais, já que ainda falta a incorporação dos outros elementos.

Dessa forma, a ideia é que os glóbulos vermelhos artificiais sejam usados como uma ferramenta para emergências. Por exemplo, a primeira transfusão após um acidente, feita pela própria equipe do resgate médico. O composto daria um alívio curto até que o paciente chegasse a um centro médico, onde seu sangue seria testado e a transfusão com o tipo sanguíneo adequado seria realizada.

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Esta é outra vantagem do novo produto. As hemácias sintéticas não têm nenhum tipo de antígeno na superfície, como é possível observar nas naturais. Sem essa diferenciação, o sangue será universal, ou seja, poderá ser usado em todos os indivíduos.

Como desenvolver o sangue sintético ideal?

Como mencionamos, ninguém chegou a uma fórmula ideal para os glóbulos vermelhos sintéticos, mas inúmeras tentativas já foram feitas ao longo dos anos. Talvez, a mais próxima tenha sido a hemoglobina humana polimerizada (PolyhHb). No entanto, o produto falhou nos testes, já que o sangue provocava estreitamento dos vasos sanguíneos e lesões nos tecidos. Casos de pressão alta também foram observados.

Descoberta sobre as hemácias da nova equipe de cientistas

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A partir da última tentativa em criar um glóbulo vermelho é que os pesquisadores de Ohio começaram as suas pesquisas com a PolyhHb-B3. “Descobrimos que, à medida que você aumenta as moléculas substitutas dos glóbulos vermelhos, há menos efeitos colaterais”, afirma Alisyn Greenfield, principal autora do estudo, em comunicado.

Inclusive, “existe uma faixa de tamanho específica que oferece melhores benefícios quando se busca a prevenção dos efeitos cardiovasculares observados nas gerações anteriores do material”, acrescenta. Nas atuais dimensões, as moléculas não escapam dos vasos e nem provocam o estreitamento deles.

Por enquanto, o material foi testado apenas em modelos animais. Mais especificamente, os testes ocorreram em porquinhos-da-índia, mas, diante dos resultados promissores, os cientistas planejam novas etapas de pesquisa e, um dia, o produto poderá ser experimentado em humanos.

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Vale pontuar que, de forma paralela, pesquisadores britânicos já testam em humanos uma outra versão de glóbulos vermelhos artificiais, dentro do ensaio clínico randomizado Restore. Ainda não há prazo para a divulgação dos resultados iniciais da pesquisa, financiada pelo National Institute for Health and Care Research, do Reino Unido.

Fonte: Biomacromolecules  e Ohio State University