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Cientistas criam microrrobô que pode limpar coágulos sanguíneos no cérebro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Junho de 2022 às 17h41

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FabrikaPhoto/Envato
FabrikaPhoto/Envato

Cientistas da Purdue University criaram um dispositivo que limpa o sangue acumulado no cérebro durante um acidente vascular cerebral (AVC). Com 86% de eficácia em modelos animais, a nova tecnologia é composta por um cateter autolimpante que funciona através de um microrrobô controlado magneticamente.

Os testes foram realizados em uma cobaia suína, em colaboração com neurocirurgiões de universidade e institutos de neurologia dos Estados Unidos. Um estudo relatando os feitos foi publicado em janeiro deste ano na revista científica Nature Communications.

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Resultados e próximos passos

Hyowon “Hugh” Lee é professor associado da Purdue University, vindo da Weldon School of Biomedical Engineering, e é o principal autor do estudo. Com sua invenção, ele conseguiu remover com sucesso o sangue do cérebro seis dos sete animais nos quais o dispositivo foi testado, e afirma que a inovação é um avanço real no tratamento de AVCs, notoriamente difíceis de tratar.

Atualmente, o melhor tratamento disponível para a condição é um afinador do sangue chamado ativador do plasminogênio, que não pode ser usado em alguns AVCs hemorrágicos. Pacientes com hemorragia cerebral têm uma mortalidade de até 50%, e não há um bom tratamento para hemorragia intraventricular até o momento. A única outra opção, segundo especialistas, são remédios que dissolvem coágulos sanguíneos, mas eles trazem riscos indesejáveis.

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A inovação de Hugh Lee, desenvolvida com um colega de faculdade, Qi Yang, pode ser ativada remotamente através de campos magnéticos aplicados externamente. Não é necessário utilizar nenhuma fonte de energia implantada ou circuito integrado complexo, segundo os cientistas: ao mudar a direção do campo magnético, o dispositivo se move como uma bússola atraída por um ímã próximo.

Segundo Lee, a tecnologia pode ser usada como parte de um sistema de desvio ou de um sistema de drenagem extraventricular, por exemplo. O cientista apresentou a inovação à Purdue Research Foundation Office of Technology Commercialization, setor da universidade que está registrando uma patente na propriedade intelectual da nova tecnologia.

O próximo passo para desenvolver o dispositivo para o uso médico é receber aprovação do U.S. Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador estadunidense, para que os testes em humanos possam ser realizados.

Fonte: Nature Communications