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Cientistas controlam cérebros de animais a distância com luz infravermelha

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Idimair/Envato
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A passos sutis, neurocientistas vêm desvendando os mistérios do cérebro e desenvolvendo técnicas para estimular neurônios de maneiras menos invasivas. Em estudo publicado na revista científica Nature Biomedical Engineering na última segunda (21), pesquisadores da Nanyang Technological University (NTU) anunciaram a descoberta de uma nova forma de controlar circuitos cerebrais: a distância, com luz infravermelha.

Essa nova técnica tem como base a optogenética, a união entre ótica, genética e bioengenharia que permite o estudo de circuitos neuronais ao atuar em células específicas, mas os pesquisadores reconhecem algumas limitações por conta da dependência da luz no espectro visível, já que isso requer implantes invasivos potencialmente danosos aos tecidos.

Como uma alternativa, a equipe focou no infravermelho. Para isso, equipou artificialmente neurônios específicos no cérebro de camundongos com uma molécula sensível ao calor chamada TRPV1. Dessa forma, foi possível estimular as células modificadas fazendo brilhar luz infravermelha através do crânio e do couro cabeludo a até um metro de distância.

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A nova técnica também conta com uma molécula que pode ser injetada em regiões específicas do cérebro para absorver e amplificar a luz infravermelha que penetra no tecido cerebral. Os primeiros testes foram conduzidos a neurônios em um lado do córtex motor (responsável por controlar os movimentos do corpo) de camundongos.

Quando os pesquisadores acenderam uma luz infravermelha sobre o recinto, os animais imediatamente começaram a andar em círculos, impulsionados pela estimulação unilateral de seu córtex motor. A ideia agora é refinar a técnica para torná-la mais simples e fácil de implementar.

A terapia de luz infravermelha pode ajudar pessoas com Alzheimer, conforme estudos anteriores já apontaram. Nos experimentos, pessoas que receberam a luz infravermelha, relataram uma melhoria significativa na função motora, no desempenho da memória e na velocidade de processamento do cérebro.

Fonte: Nature Biomedical Engineering

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