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Casos não detectados ajudam a acelerar a propagação da COVID-19, diz estudo

Por| 20 de Julho de 2020 às 12h40

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Tumisu/Pixabay
Tumisu/Pixabay

Na sexta-feira (17), foi publicada uma análise que sugere que pessoas infectadas com COVID-19 que não foram detectadas ou eram assintomáticas, pré-sintomáticas ou que apresentavam apenas sintomas leves têm sido responsáveis por espalhar significativamente a doença.

Os pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong e da Faculdade de Saúde Pública de Harvard fizeram uma reconstituição do surto em Wuhan, de 1º de janeiro a 8 de março, e descobriram que até 87% dos casos na cidade durante esse período podem ter passado despercebidos e as taxas de transmissão durante alguns dos primeiros dias poderiam ter sido de até 3,54 infecções por caso único. (Uma taxa acima de 1 significa aumento da propagação, no caso).

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Os cientistas acreditam que as infecções não detectadas provavelmente tiveram um papel substancial na rápida disseminação da doença, e pode se tornar um dos principais fatores para uma possível segunda onda de infecções. "Há consequências importantes para esses casos não detectados. Embora não sejam detectados, ainda são infecciosos. É importante evitar a reabertura cedo demais, sem medidas de controle vigilantes, porque quando o número de casos detectados não é baixo, o número de casos não detectados é ainda maior", alerta Xihong Lin, professor de Harvard envolvido no estudo.

Com o estudo, eles queriam entender melhor a facilidade com que o vírus se espalha, o número de casos não detectados, seus efeitos durante um surto e a eficácia de medidas de contenção. Eles decidiram examinar a dinâmica de transmissão completa do vírus em Wuhan, o epicentro original, onde restrições estritas efetivamente suprimiram o surto. Nisso, examinaram 32.583 casos confirmados e dividiram as datas em cinco períodos com base em eventos como a implementação de isolamento.

Por meio dessa análise, descobriram que a taxa inicial de transmissão em Wuhan era muito alta, mas caiu consideravelmente, e estimam que o número de novas infecções decorrentes de um único caso foi de cerca de 3,54 no período mais antigo de 1º a 9 de janeiro. O segundo período, de 10 a 22 de janeiro, que viu um grande fluxo de visitantes por causa do ano novo chinês, também teve uma alta taxa de transmissão de cerca de 3,32. O terceiro, quarto e quinto períodos foram no lockdown, resultando em declínio de 96%, para 1,18, 0,51 e 0,28, respectivamente.

Segunda onda

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Os responsáveis pela análise estimam que o número total de infecções, incluindo casos não detectados em Wuhan até 8 de março, era de 249.187, com cerca de 32.577 casos confirmados na mesma data. Isso significa que até 87% dos casos de janeiro a março não foram detectados em Wuhan. No artigo, os cientistas também tentaram prever a probabilidade de uma segunda onda de infecções se todas as restrições forem levantadas 14 dias após o primeiro dia em que nenhum caso é relatado. Eles encontraram 97% de chance de ressurgimento, devido em grande parte a infecções não detectadas.

Em um cenário mais rigoroso em termos de isolamento, somente após 14 dias consecutivos sem casos, a probabilidade de ressurgimento cai para 32%, com o aumento emergindo cerca de 42 dias após o levantamento das restrições. "Essa natureza da dissimulação é o que torna o combate ao COVID-19 muito mais desafiador. Este estudo ilustra que os casos daqueles que testaram positivo são apenas a ponta do iceberg", afirma Lin.

Fonte: The Harvard Gazette