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Casos de poliomielite podem voltar a ocorrer no Brasil

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Setembro de 2022 às 09h49

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Danny Nee/Unsplash
Danny Nee/Unsplash

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, foi eliminada no Brasil e mais nenhum caso foi registrado a partir de 1989. No entanto, a queda na cobertura das vacinas, especialmente em crianças, acende um sinal vermelho para médicos e cientistas. O risco de casos da pólio voltarem a ser registrados no país é elevado.

No momento, o Brasil lidera uma campanha de vacinação contra a pólio, mas, devido à baixa procura pelos imunizantes, ela será prorrogada até o dia 30 de setembro. Segundo o Ministério da Saúde, a expectativa é ampliar a cobertura atualmente estimada em 35% para as crianças entre 1 e 5 anos.

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A meta é alcançar 95%. No entanto, a última vez que o Brasil conseguiu alcançar este patamar de imunização contra a pólio foi em 2015, quando a cobertura vacinal atingia 98,3%. Em 2020, ela somou 76,2%. E, em 2021, apenas 69,9%. A taxa geral de vacinação também está em queda em todo o país, segundo Fiocruz.

Casos de pólio podem voltar a acontecer no Brasil?

“Aqui no país, nós temos um risco de reintrodução [do vírus] com esse cenário de baixa cobertura vacinal”, afirma Caroline Gava, assessora técnica do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Programa Nacional de Imunizações, de acordo com Agência Brasil.

Segundo dados apresentados na XXIV Jornada Nacional de Imunizações (SBIm 2022), Gava lembra que "temos 84% dos municípios do país que registram risco alto ou risco muito alto para a reintrodução da pólio. Apenas 100 municípios, ao final de 2021, apresentaram risco baixo”.

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“Em uma avaliação de risco feito nas Américas e no Caribe pela Opas [Organização Pan-Americana de Saúde], considerando variáveis como cobertura vacinal, vigilância epidemiológica e outros determinantes de saúde, o Brasil aparece em segundo lugar, como de altíssimo risco para a reintrodução da pólio, só antecedido pelo Haiti”, acrescenta a infectologista Luiza Helena Falleiros Arlant, da Sociedade Latinoamericana de Infectologia Pediátrica (Slipe).

Riscos da paralisia infantil

É importante destacar, quando o paciente desenvolve formas graves da pólio, as sequelas tendem ser permanentes e, em casos mais extremos, a doença pode levar ao óbito. Como casos não são registrados há mais de 30 anos, a dimensão sobre os riscos da paralisia infantil podem ter diminuído, mas é uma infecção viral que deve ser evitada.

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Para entender, “a poliomielite provoca uma paralisia irreversível nos membros inferiores. E quando grave, ela pode provocar também uma paralisia dos músculos respiratórios. Temos uma taxa de letalidade, que é a morte pela doença, bastante alta”, reforça Gava.

Como funciona a vacinação contra a pólio em crianças?

No momento, a vacinação completa é a única forma de prevenir a poliomielite de forma segura e eficaz. Para isso, as cinco doses do imunizante são distribuídas gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A seguir, confira o esquema vacinal detalhado contra a pólio no Brasil:

  • Vacina injetável contra a pólio: uma dose é aplicada aos 2, 4 e 6 meses;
  • Vacina oral (gotinha): uma dose é aplicada aos 4 e 5 anos.
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Fonte: Agência Brasil