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Canadá: parasita raro volta a passar de cães para humanos e destrói vísceras

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Junho de 2021 às 09h40

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gpointstudio/Freepik
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Na década passada, a América do Norte sofreu com o surgimento de um parasita raro responsável por provocar tumores no fígado. Conhecido como equinococo ou tênia do cão, o invasor voltou a causar infecção em humanos nos anos mais recentes, denominada equinococose alveolar humana (AE).

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Alberta, no Canadá, a cidade se tornou o ponto de infecção pelo raro parasita. Os cientistas contam que, antes de 2013, somente dois casos da infecção com a tênia do cão em humanos foi detectada em toda a América do Norte, mas que 17 novos casos foram identificados entre 2013 e 2017.

Os cientistas acreditam que a cepa do parasita foi levada ao Canadá por cachorros da Europa, onde a doença também está presente, mas que é bem controlada, antes mesmo de se espalhar de coiotes urbanos para humanos. Stan Houston, especialista em doenças infecciosas e líder do estudo, conta que mais da metade dos coiotes das cidades de Calgary e Edmonton carregavam esse parasita em uma análise

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"Então, a nova cepa não só parece ser mais virulenta quando afeta humanos, como também bastante efetiva em hospedeiros selvagens", diz o cientista. Segundo informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), humanos que são infectados com o parasita desenvolvem tumores nos pulmões e no fígado, e mais raramente nos ossos, músculos, rins, baço e no sistema nervoso central.

A transmissão da equinococose acontece quando uma pessoa tem contato com fezes de animais contaminadas com ovos do parasita. Isso pode acontecer através de alimentos mal higienizados, água não filtrada ou fervida e até mesmo por meio de pelos de animais contaminados. Cistos com larvas da tênia podem crescer no corpo humano durante anos de maneira silenciosa. Se houver sintomas, pode ser que os cistos já estejam grandes o suficiente para causá-los. São eles: náuseas, fraqueza, tosse e dor abdominal ou torácica.

Sem tratamento, o parasita pode provocar a morte de um humano hospedeiro dentro de 10 a 15 anos. Caso a descoberta seja feita cedo, é possível fazer uma cirurgia para remover a massa do fígado, mas cerca de dois terços dos pacientes se tornam inoperáveis se o diagnóstico não tiver acontecido cedo o suficiente. O tratamento, então, é feito com medicamentos antiparasitários que irão ajudar a impedir que o tumor continue crescendo, mas o parasita continuará vivo.

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Segundo o estudo, dos 17 casos documentados, 11 eram de pessoas que viviam em áreas rurais, 14 tinham cachorros domesticados e seis contavam com o sistema imunológico debilitado. Em cerca de metade dos pacientes, o diagnóstico aconteceu somente quando haviam sido testados para doenças diferentes, muitos acreditando se tratar de câncer.

Para prevenir a contaminação pelo parasita raro na América do Norte, os cientistas recomendam que as pessoas tomem algumas precauções de higiene, como lavar bem as frutas e vegetais que estiveram no chão antes do consumo. Caso tenham cachorros, é preciso lavar as mãos sempre que tocarem os animais, principalmente se eles tiveram contato com roedores ou em áreas de passeio de coiotes.

O estudo foi publicado na revista científica The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene.

Fonte: IFL Science