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Cafeína reduz a massa cinzenta do cérebro mas não prejudica o sono, diz estudo

Por| 23 de Fevereiro de 2021 às 17h40

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Reprodução: Rawpixel
Reprodução: Rawpixel

Uma nova pesquisa científica, publicada na revista Cerebral Cortex, relaciona o consumo de café com a estrutura cerebral, trazendo algumas informações curiosas. O estudo revela, por exemplo, que a ingestão da bebida pode alterar o volume de matéria cinzenta no cérebro. Além disso, os pesquisadores dizem que a cafeína não interfere na qualidade do sono, trazendo dúvidas quanto à crença de que ingerir café não nos deixa dormir bem.

A massa cinzenta faz parte do sistema nervoso central e é composta por neurônios, estando relacionada à cognição e processamento. A informação de que a cafeína altera a estrutura da matéria (ou massa) cinzenta do cérebro pode ser um tanto quanto preocupante, mas os cientistas dizem também que essas mudanças são temporárias e que 10 dias de abstinência podem reverter o efeito.

Carolin Reichert, autora do estudo e professora na Universidade de Basileia, na Suíça, explicou em nota que os resultados do estudo não significam, necessariamente, que beber café impacta o cérebro de forma negativa. "Porém, o consumo diário de cafeína evidentemente afeta o nosso hardware cognitivo, e isso deveria ser algo para dar origem a novos estudos", conta a profissional.

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A pesquisa

O experimento contou com a participação de 20 voluntários, todos saudáveis e que bebem café diariamente. Então, por 10 dias corridos, os participantes do estudo precisaram tomar três cápsulas de cafeína de 150 miligramas cada por dia, mas deixando de lado qualquer ingestão de outra fonte da substância. Na sequência, o processo foi repetido por mais 10 dias, mas a ingestão foi de comprimidos de placebo.

Então, ao fim de cada período de 10 dias, os cientistas fizeram o escaneamento cerebral dos participantes com a ajuda da tecnologia de ressonância magnética funcional, que detecta variações no fluxo sanguíneo como resposta à atividade neural, medindo também a atividade cerebral durante o sono. Os resultados mostraram uma diminuição do volume da massa cinzenta após o consumo diário de cafeína, e um aumento após 10 dias de abstinência.

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Grande parte das alterações aconteceram no lobo temporal medial esquerdo, que está associado às funções de memória, e para estudar essas alterações os pesquisadores pediram para que os voluntários realizassem uma série de tarefas de memorização. Os resultados mostraram uma melhor conclusão das atividades após ficarem 10 dias sem a substância no organismo.

Os cientistas perceberam também que as ondas cerebrais lentas, que são geradas durante o sono, não foram completamente afetadas pelo consumo da cafeína, ou pelas alterações na matéria cinzenta. O resultado é um pouco chocante, visto que há anos as pessoas que costumam ingerir cafeína relatam sentir dificuldades na hora do sono.

Agora, os autores do estudo planejam encontrar uma relação entre a massa cinzenta alterada e as atividades cerebrais com o consumo de café. Segundo a pesquisa, a cafeína é conhecida por ser uma substância que altera a atividade cerebral enquanto a pessoa está acordada, aumentando a demanda energética dos neurônios. Já durante o sono, aparentemente os neurônios conseguem se recuperar de seus esforços realizados de dia.

Fonte: IFL Science