Instituto Butantan adia envio de resultados da CoronaVac à Anvisa
Por Nathan Vieira | 14 de Dezembro de 2020 às 16h00
Em meio à corrida das vacinas, uma grande candidata é a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, cuja campanha estaria programada para acontecer "entre dezembro e janeiro" no estado. Entretanto, algumas coisas mudaram na estratégia do governo paulista para obter aprovação da vacina: o resultado dos testes da vacina no Brasil era para ter sido enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até esta terça-feira (15), mas foi adiado para o dia 23 de dezembro.
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De acordo com o governador João Doria (PSDB), o objetivo do Instituto Butantan é enviar os dados completos para solicitar o registro definitivo da vacina. "Registrar a vacina com estudo conclusivo vai permitir maior confiabilidade na análise da eficácia da vacina. Outro benefício será conquistar o registro definitivo da vacina em vários países do mundo. São Paulo espera obter o registro da vacina do Butantan até o final deste ano e iniciar a vacinação em 25 de janeiro, conforme está programado. Com autorização da Anvisa ou de órgão similar internacional", afirmou Doria durante uma coletiva de imprensa.
O governador ressalta que o pedido na Anvisa deve ser feito ao mesmo tempo que a apresentação do estudo conclusivo. Assim como ocorre na Anvisa, o documento também vai ser levado para a NMPA (National Medical Products Administration), instituição chinesa responsável pela regulação de medicamentos.
"Esse estudo clínico que nós realizamos permitirá o registro dessa vacina no Brasil, na China e no mundo. E esse é o motivo da decisão estratégica que tomamos no final da semana passada junto com os representantes da Sinovac, de submeter o registro final da vacina e não submeter os estudos intermediários com base na análise interina. Isso por um motivo de que nós atingimos o número de infectados na coorte que está sendo estudada", declarou o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
CoronaVac em São Paulo
Na sua fórmula, a CoronaVac é composta de fragmentos do coronavírus inativados (quando o vírus está "morto") e a imunização completa é feita em duas doses. O acordo entre o governo do Estado de São Paulo e a Sinovac prevê 46 milhões de doses para São Paulo, sendo 6 milhões já prontas para aplicação e 40 milhões em forma de matéria-prima para produção.
O Estado receberá os insumos, e técnicos do Instituto Butantan vão produzir a CoronaVac nos laboratórios nacionais. A aquisição das vacinas custou US$ 90 milhões (o que equivale a aproximadamente R$ 479 milhões). Já as obras da fábrica para a produção da CoronaVac começaram no dia 2 de novembro, com previsão de encerramento para setembro de 2021.
Fonte: G1