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Brasileiro é o primeiro a contrair varíola do macaco na Alemanha

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Maio de 2022 às 12h30

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Brian W.J. Mahy/CDC
Brian W.J. Mahy/CDC

A Alemanha identificou, na última quinta-feira (19), o primeiro caso do vírus da varíola do macaco — em inglês, monkeypox — em humanos. O paciente número um é um brasileiro, que viajava pelo continente europeu. Atualmente, a região enfrenta um surto de casos da infecção, onde a transmissão aparenta ser comunitária — quando não é mais possível identificar a origem.

Segundo o Instituto de Microbiologia da Bundeswehr, das Forças Armadas alemãs, o aumento de casos da varíola do macaco em países europeus aponta para a importância da vigilância epidemiológica na região. Isso porque, até então, a maioria dos casos da infecção tinha conexão direta com a importação do vírus, associado com pessoas que estiveram em algumas regiões da África. Agora, o quadro é outro, já que envolve viagens para países onde o vírus não circulava normalmente.

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"A situação está evoluindo e a OMS espera que haja mais casos de varíola dos macacos identificados à medida que a vigilância se expande em países não endêmicos", explicou a Organização Mundial da Saúde (OMS), em comunicado.

Brasileiro infectado

O primeiro paciente a ser infectado pela varíola do macaco na Alemanha é um brasileiro de 26 anos. Segundo as autoridades locais, o homem apresentava erupções cutâneas — um dos sintomas característicos da doença —, quando foi diagnosticado na cidade Munique. Atualmente, está em isolamento.

"O paciente continua bem, ele tem relativamente poucos sintomas", afirmou o médico chefe do setor de infectologia da München Klinik Schwabing, Clemens Wendtner, segundo o jornal alemão TZ. "Ele tem lesões de pele em vários lugares, mas não está com febre e não sofre de falta de ar", completou.

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O vírus que infectou o brasileiro é do clado da África Ocidental. Este é considerado mais brando que o da Bacia do Congo, já que a taxa de mortalidade estimada é de 1%, segundo a OMS. A letalidade da variante genética mais perigosa pode chegar a 10%.

Segundo relato, o paciente viajou anteriormente para Portugal e para a Espanha. Antes do diagnóstico em Munique, teria passado por duas outras cidades da Alemanha: Düsseldorf e Frankfurt.

O que sabemos sobre os casos da varíola do macaco?

De acordo com a OMS, a varíola do macaco pode ser transmitida de uma pessoa para outra por contato próximo — através de lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação, geralmente, é de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.

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"Até o momento, todos os casos cujas amostras foram confirmadas por PCR foram identificados como infectados pelo clado da África Ocidental. A sequência do genoma de uma amostra de esfregaço de um caso confirmado em Portugal indicou uma correspondência próxima do vírus da varíola dos macacos que causa o surto atual, para casos exportados da Nigéria para o Reino Unido, Israel e Cingapura em 2018 e 2019", explica a OMS.

Além disso, a entidade aponta para uma possível relação entre os casos da varíola do macaco. "Com base nas informações atualmente disponíveis, os casos foram identificados principalmente, mas não exclusivamente, entre homens que fazem sexo com homens (HSH)", explica.

No mundo, alguns países são considerados endêmicos para a doença, como a República Democrática do Congo. Na região, a OMS investiga cerca de 1,2 mil casos da varíola do macaco. A seguir, confira quais países lidam com esta infecção de forma endêmica:

  • Benin;
  • Camarões;
  • República Centro-Africana;
  • República Democrática do Congo;
  • Gabão;
  • Gana;
  • Costa do Marfim;
  • Libéria;
  • Nigéria;
  • República do Congo;
  • Serra Leoa;
  • Sudão do Sul.
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Fonte: G1 e OMS