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Borgs! DNA misterioso é descoberto abaixo de pântanos na Califórnia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Agosto de 2021 às 09h50

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Lifeonwhite/Envato Elements
Lifeonwhite/Envato Elements

Cientistas estão, de fato, longe de conhecerem todos os mistérios do planeta. Pelo menos foi a esta conclusão que uma equipe de pesquisadores norte-americanos chegou, depois de cavar pântanos no estado da Califórnia. No local, foi encontrada uma nova e grande estrutura de DNA, com genes desconhecidos. A descoberta inédita — e estranha — recebeu o nome de Borg, em homenagem aos alienígenas de Star Trek, que assimilam tecnologias de outras espécies.

De acordo com o preprint — estudo científico que ainda não foi revisado por pares — publicado na plataforma bioRxiv, os autores especulam que os Borgs, provavelmente, pertencem a um organismo unicelular. Por outro lado, sabe-se que carregam muitos genes desconhecidos pela ciência. Até o momento, os cientistas não sabem o que essas enormes sequências de DNA fazem. A suspeita é de que poderiam turbinar a capacidade de um terceiro organismo em "quebrar" produtos químicos do solo, como o metano.

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"Elementos genéticos lineares gigantes que descobrimos em vários ambientes que podem desempenhar um papel até então desconhecido no controle das emissões de gases de efeito estufa", escreveu um dos autores do estudo, Basem Al-Shayeb, nas suas redes sociais. O pesquisador integra a equipe da Universidade da Califórnia.

O que essas estruturas podem ser?

Os pesquisadores ainda não entendem o que o Borgs são ou o que fazem, mas suspeitam que vivem em organismos unicelulares, como os seres do domínio Arquea (arqueobactérias). Estes organismos costumam viver em ambientes extremos, como lagos aquecidos, fendas vulcânicas ou ainda no tubo digestório de animais. Para esses seres, as estruturas recém-descobertas seriam um tipo de elemento extracromossômico (ECEs). Em outras palavras, seria quase como um pedaço do DNA armazenado fora dos cromossomos de um organismo.

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Isso porque, em todos os lugares onde foram encontrados os Borgs, os pesquisadores também identificaram o DNA das arqueobactérias, conhecidas como Methanoperedens. Dessa forma, os dois elementos podem ter algum envolvimento, como a dependência direta.

De modo geral, os micróbios podem compartilhar ECEs diferentes entre si para realizar funções úteis, mas que não são necessariamente "essenciais". Por exemplo, ECEs — nesse caso, alguns vírus ou plasmídeos — podem ampliar a resistência a antibióticos de algumas bactérias. Só que esta nova estrutura é bastante diferente do que se entendia, tradicionalmente, por ECEs.

Genes com funções desconhecidas

Para o pesquisador Shayeb, os "seus genes são bastante diferentes do que você encontraria em ECEs descritos anteriormente". Além disso, "eu diria que eles são mais interessantes não porque qualquer recurso nos Borgs seja incrivelmente único, mas a combinação desses recursos juntos torna os Borgs notáveis".

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De acordo com as análises iniciais da descoberta, quase 80% dos genes Borgs têm "funções completamente desconhecidas", afirmou Shayeb. Já os 20% restantes do genoma remetem a genes que "aumentariam" e melhorariam as capacidades de seus hospedeiros. Por exemplo, os Borgs devem, provavelmente, aumentar o metabolismo de seu hospedeiro, já que permitem que ele metabolize o metano do subsolo.

No entanto, essa descoberta e os seus desdobramentos não são consenso na comunidade científica. O pesquisador Mart Krupovic e também virologista do Instituto Pasteur, na França, defende que os Borgs podem não ser estruturas totalmente únicas. Para Krupovic, seriam apenas um tipo gigante de plasmídeo.

Para acessar o estudo completo sobre a descoberta dos Borgs, clique aqui.

Fonte: Live Science