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Biomaterial que imita pele é usado para estudar picadas do mosquito da dengue

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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jcomp/Freepik
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Para realizar experimentos mais seguros com mosquitos, cientistas norte-americanos desenvolveram um biomaterial que imita a pele humana, preenchido por sangue verdadeiro e mantido a 37 °C — a "refeição" predileta das fêmeas. Com a nova tecnologia bioimpressa com hidrogel, cobaias humanas ou animais não serão mais necessárias em estudos que envolvam picadas, como as do mosquito da dengue (Aedes aegypti).

Apesar de simular a epiderme (a camada mais externa da pele), o invento ainda é rudimentar. Dificilmente, convenceria algum ser de que sua estrutura lembra esteticamente a pele humana, como é possível observar no registro, publicado na revista científica Frontiers in Bioengineering and Biotechnology:

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O mosquito pica o biomaterial?

Curiosamente, o biomaterial já engana alguns mosquitos, como o que transmite a dengue, a chikungunya, a zika e a febre amarela. No experimento, os cientistas da Rice University e da Tulane University, ambas localizadas nos Estados Unidos, observaram se a "pele" seria picada.

No estudo, os pesquisadores testaram a reação dos mosquitos Aedes aegypti em dois cenários:

  • Primeiro cenário: biomaterial preenchido com sangue aquecido é protegido por um repelente à base de plantes;
  • Segundo cenário: biomaterial preenchido com sangue aquecido não é envolto por nenhum tipo de repelente.

Como esperado, o inseto não se aproximou da "pele" protegida pelo repelente. Só que, observando as reações ao biomaterial desprotegido, a equipe descobriu que 13,8% dos mosquitos sugaram o sangue que preenchia a estrutura artificial.

A porcentagem de aceitação e atração ainda é baixa, mas os autores sugerem que a explicação pode estar na pequena área de superfície que simula a pele humana. Para outros experimentos, a equipe pode desenvolver áreas maiores, já que o hidrogel usado na bioconstrução é relativamente barato. Eventualmente, testes também poderão ocorrer fora do laboratório, em espaços controlados na natureza.

Tecnologia ajudará a desenvolver novos repelentes

“Vários grupos se dedicam a encontrar maneiras de impedir que os mosquitos piquem, mas trazer novos repelentes para o mercado é um desafio”, comenta Omid Veiseh, professor da Rice University e um dos autores do estudo, em comunicado. “Este estudo tenta aumentar o rendimento dos testes e diminuir a dependência de voluntários humanos e animais”, acrescenta.

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Enquanto o atual estudo foca na relação da pele com os mosquitos, outros modelos de pele artificial são desenvolvidos para fins diferentes na indústria. Por exemplo, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) aperfeiçoam um novo tipo de tecido para substituir a necessidade de testes de cosméticos e medicamentos em animais.

Fonte: Frontiers in Bioengineering and Biotechnology e Frontiers