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BA.2: por que a subvariante silenciosa não fez decolar casos de covid nos EUA?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Abril de 2022 às 10h20

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  Abdelrahman_El-masry/Envato
Abdelrahman_El-masry/Envato

A subvariante BA.2 da Ômicron, também conhecida como a variante silenciosa, se tornou predominante nos Estados Unidos. Para sermos mais precisos, 3 em cada 4 casos são da nova cepa, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Apesar da predominância, não há sinal de um novo surto da covid-19 no país.

Nas últimas 24 horas, 49,3 mil casos da covid-19 foram registrados, sendo 1,1 mil óbitos, segundo levantamento do jornal The New York Times. Embora os números sejam altos, não se parecem com o surto que o país enfrentou com a Ômicron original (BA.1) no começo do ano. Além disso, a tendência é de queda dos indicadores.

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Se a tendência de redução de casos da covid realmente se confirmar, como alguns modelos apontam, esta será a primeira vez que uma nova cepa do coronavírus chegou aos EUA sem gerar uma explosão de casos e de mortes. As próximas semanas devem ser cruciais para definir o cenário epidemiológico do país.

Baixo crescimento da BA.2 é real?

Especialistas apontam que os EUA registram, na verdade, um elevado grau de subnotificação nos novos casos da covid-19. Isso porque os dados do CDC contabilizam apenas exames que foram feitos em laboratório e, no país, um parcela significativa de norte-americanos já adota os autotestes, feitos em casa. Estes resultados não são contabilizados.

"Há subnotificação de casos positivos", explica Mara Aspinall, professora da Universidade Estadual do Arizona, para o canal CNN. Além disso, Aspinall lembra que o CDC atualizou seus parâmetros para se concentrar em hospitalizações e na capacidade hospitalar, deixando de lado casos leves.

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Outro critério de acompanhamento estimado pela CDC é a vigilância das águas residuais (do esgoto). Através delas, é possível medir os níveis de infecção mesmo quando as pessoas não são testadas, o que poderia, em teoria, indicar um surto da subvariante BA.2.

"Não estamos no nível do aumento da Ômicron [BA.1], mas [a BA.2] está aumentando, e a disseminação da comunidade está presente e a transmissão ainda é alta", afirma David Larson, professor associado de saúde pública da Universidade de Syracuse. Larson está envolvido na criação de painéis de vigilância de águas residuais nos EUA.

Qual nível de imunidade nos EUA?

Uma hipótese muito provável para justificar o porquê da subvariante BA.2 não representar um aumento de casos da covid-19 é o nível de imunidade da população do país. Mais de 77% dos norte-americanos já receberam pelo menos uma dose da vacina, segundo dados da plataforma Our Word in Data. A porcentagem equivale a 255,8 milhões de pessoas que iniciaram o processe de imunização.

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Somando a imunidade das vacinas e a causada pela infecção, o CDC estima que 95% dos norte-americanos têm algum nível de imunidade. Inclusive, 43% ainda carregam anticorpos (a linha de frente de defesa do corpo) contra a doença no sangue. Este nível de proteção deve permanecer pelos próximos meses. Em paralelo, as autoridades de saúde já recomendam a quarta dose da vacina para todos com mais de 50 anos, reduzindo os riscos da covid o futuro.

Fonte: CNN Helth, NYT e Our Word in Data