Autoridades dos EUA discutem novas vacinas da covid específicas contra Ômicron
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Para definir a próxima campanha de vacinação contra a covid-19 nos Estados Unidos, um comitê de especialistas da agência Food and Drug Administration (FDA) discute, nesta-terça-feira (28), a fórmula ideal das próximas vacinas. Por enquanto, o consenso é que sejam aplicadas fórmulas adaptadas contra a variante Ômicron, como fez recentemente a farmacêutica Moderna.
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Vale lembrar que as vacinas atuais contra a covid-19 são baseadas no coronavírus SARS-CoV-2 original, ou seja, aquele vírus descoberto, ainda em 2019, na cidade chinesa de Wuhan. Com o surgimento de novas variantes, especificamente da Ômicron, a taxa de proteção, fornecida pelos imunizantes, caiu.
Diante do atual cenário, as autoridades dos EUA discutem a necessidade de uma fórmula diferente ou de ajustes nas vacinas já existentes. Caso uma nova campanha não seja coordenada, os membros da FDA estimam que surtos da covid-19 se intensifiquem nos meses mais frios do ano, devido a uma combinação de fatores, como queda na imunidade, evolução viral e alta circulação de pessoas.
Quais critérios são considerados para a nova vacina?
Os membros do comitê da FDA devem discutir inúmeras questões, como o fato das próximas vacinas serem monovalentes ou bivalentes. Neste caso, poderão imunizar especificamente contra a Ômicron ou contra outras duas variantes, que eventualmente serão definidas. No caso da gripe (influenza), as fórmulas são tetravalentes.
Outro ponto será entender quem deverá receber as potenciais vacinas contra a covid-19. Não é consenso se a próxima campanha de imunização deve englobar todas as pessoas dos EUA ou apenas aqueles que correm maiores riscos em casos de infecção. Neste último caso, prevalecerá o argumento de que os imunizantes atuais ainda protegem contra formas graves.
Faz sentido falar em dose de reforço contra a covid?
"É realmente um reforço se não for a mesma formulação?", questiona Lori Tremmel Freeman, diretora-executiva da Associação Nacional de Autoridades de Saúde. Freeman também se pergunta se o correto não seria, simplesmente, chamar de uma nova vacinação. "Não falamos que recebemos reforços de vacinas contra a gripe todos os anos", completa.