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Anvisa autoriza uso de spray nasal com psicoativo para casos de depressão grave

Por| 06 de Novembro de 2020 às 18h20

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Fidel Forato/ Canaltech
Fidel Forato/ Canaltech

Em números, cerca de 300 milhões de pessoas devem conviver com a depressão no mundo. No Brasil, esse distúrbio impacta algo entre 10 a 12 milhões de brasileiros. Diante de uma situação grave como essa, pesquisadores e médicos buscam, constantemente, formas para aprimorar este tratamento. Na terça-feira (3), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um spray nasal para casos resistentes da doença.

O antidepressivo recém-aprovado para a comercialização é o Spravato, composto por cloridrato de escetamina e produzido pelo laboratório Janssen, da farmacêutica da Johnson & Johnson. Já aprovado nos Estados Unidos, também vale comentar que a escetamina, com ação ultrarrápida no tratamento da depressão, é considerada um psicodélico e um primo distante da cetamina, uma droga disponível desde os anos 1970, muito usada para anestesias.

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Mesmo que o spray nasal esteja liberado para a venda, ainda é necessário aguardar a fixação de preço que pode demorar até três meses. Fora do Brasil, como na União Europeia, EUA e Canadá, o preço da dose está em torno de US$ 240 (aproximadamente R$ 1.300), segundo dados da Folha de S. Paulo.

Quando usar o spray contra a depressão grave?

Quanto à prescrição médica, o spray inalável é indicado apenas para o uso de adultos com depressão resistente aos tratamentos convencionais — quando outras drogas não geram mais efeitos — e para pessoas com transtorno depressivo maior (TDM), com pensamentos ou atos suicidas.

Entre as restrições de uso, esse remédio só poderá ser ministrado em ambientes controlados, ou seja, clínicas e hospitais, de forma supervisionada. Isso porque é possível que haja efeitos adversos. Além disso, esse medicamento pode desencadear outros efeitos adversos, como taquicardia e hipertensão.

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A recomendação é que o spray seja usado semanalmente nos primeiros meses, seguida de manutenção com doses a cada uma ou duas semanas. Dessa forma, o uso do medicamento é uma terapia continuada que pode custar milhares de reais, caso os valores comercializados no exterior sejam mantidos no Brasil. Mesmo antes da liberação da Anvisa, médicos já prescreviam esse medicamento de forma off-label — quando a prescrição é diferente da registrada na bula — para prevenção de tendência ao suicídio.

Nos EUA, a escetamina inalável, em formato de spray, tem o uso regulado desde março de 2019 e foi considerada uma revolução no tratamento de pacientes com depressão resistente. No país, o medicamento também só pode ser administrado sob acompanhamento médico.

Fonte: Folha de S. PauloG1 e Veja Saúde