Anvisa autoriza testes da vacina Butanvac contra a covid em 4,4 mil pessoas
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na quinta-feira (1), a segunda e terceira fase dos estudos clínicos da vacina ButanVac contra a covid-19. No total, 4,4 mil voluntários poderão ser recrutados para o estudo que irá avaliar a fórmula do Instituto Butantan como dose de reforço. Os pesquisadores planejam concluir a pesquisa 2023.
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Na próxima fase de testes, os pesquisadores irão comparar os efeitos da ButanVac e da vacina da Pfizer quando aplicados como dose de reforço. Para isso, a Anvisa explica que "o ensaio clínico aprovado é de Fase 2/3, duplo-cego, randomizado com controle ativo". Dessa forma, os voluntários não irão saber qual imunizante vão tomar.
Entenda a Fase 2/3 do estudo da ButanVac
Na Fase 2/3 do estudo clínico, o Butantan poderá recrutar 4,4 mil voluntários — sendo que 400 devem ser incluídos na Fase II e os outros 4 mil só poderão ser recrutado na Fase III. Para participar dos testes, é preciso ter 18 anos ou mais e já estar com quatro doses da vacina contra a covid-19. É indiferente o fato de ter contraído o coronavírus SARS-CoV-2 anteriormente.
A partir de agora, os testes com a ButanVac irão ocorrer em quatro estados brasileiros:
- São Paulo;
- Rio de Janeiro;
- Rio Grande do Sul;
- Bahia.
Como funciona a vacina ButanVac?
Para imunizar contra o coronavírus, a ButanVac adota um vírus responsável pela Doença de Newcastle (DNC) — que não provoca sintomas em seres humanos, mas atinge aves — como vetor viral inativado. Dessa forma, o vírus da DNC é editado geneticamente e tem incluído no seu material genético fragmentos do vírus da covid-19 para que, assim, desencadeie uma resposta imunológica contra o coronavírus no futuro.
Na pandemia da covid-19, a estratégia do vetor viral também é adotada pela vacina Covishield (Oxford/AstraZeneca) e pela fórmula da Janssen (Johnson & Johnson).
Vale mencionar que, além da ButanVac, outro grupo de pesquisadores brasileiros também trabalha no desenvolvimento de uma vacina nacional, a SpiN-Tec. Liderada por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pesquisa está na Fase 1 dos estudos clínicos.
Fonte: Anvisa