Anvisa autoriza Fiocruz a produzir matéria-prima nacional para vacina Covishield
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 03 de Maio de 2021 às 16h50
Na sexta-feira (30), a Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) autorizou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produza, nacionalmente, a matéria-prima da vacina Covishield (Oxford/AstraZeneca) contra o coronavírus SARS-CoV-2. Esta liberação garantirá autonomia para que o Brasil produza mais doses da vacina contra a COVID-19, sem depender de importações, no futuro.
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No momento, foi liberada "a produção do insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina contra COVID-19 dentro do escopo de transferência de tecnologia da AstraZeneca para o Instituto Bio-Manguinhos", explica a Anvisa, em nota. Dessa forma, "a Fiocruz está autorizada a iniciar a produção de lotes-piloto, em escala comercial, da vacina Covid-19 (recombinante) com o IFA produzido no Brasil".
O primeiro lote de doses da vacina Covishield, produzido 100% no país, será destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas ainda passará por testes de qualidade antes de ser aplicado nos brasileiros. "Após a realização dos testes, a Fiocruz deve solicitar a inclusão do insumo no registro ou fazer um pedido de autorização de uso emergencial", esclarece a Anvisa. Em outras palavras, será preciso seguir algumas burocracias até que a fundação obtenha total independência das importações de IFA.
Antes de aprovar a produção do IFA nacionalmente pela Fiocruz, a Anvisa verificou as Boas Práticas de Fabricação da linha de produção e entendeu que Bio-Manguinhos — local onde as doses do imunizante contra a COVID-19 serão produzidos — cumpre os requisitos das condições técnico-operacionais (CTO) para iniciar a produção de lotes.
Na sexta-feira, também, a Fiocruz entregou, no total, 26,5 milhões de doses da vacina Covishield contra a COVID-19 para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Desse número, 19,7 milhões de doses foram entregues durante o mês abril, o que superou a previsão inicial (18,8 milhões de doses) da própria fundação. Apenas 4 milhões de doses foram importadas.
Fonte: Anvisa e Agência Fiocruz