Antiviral Remdesivir começa a ser usado na Inglaterra contra o novo coronavírus
Por Fidel Forato | 26 de Maio de 2020 às 17h25
Antiviral já usado contra o Ebola e com eficácia contra a SARS, o Remdesivir começa a ser adotado no sistema público de saúde do Reino Unido contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). No entanto, o uso do medicamento só será liberado para os pacientes da COVID-19 que tenham mais chances de se beneficiarem da droga. A estratégia foi tomada em conjunto com a companhia farmacêutica Gilead, como notificou o Ministério da Saúde britânico, nesta terça-feira (26).
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Segundo a plataforma Worldometer, o Reino Unido é o quinto país no mundo em número de casos da COVID-19, com 265 mil registros, e mais de 37 mil pessoas já morreram em decorrência da infecção respiratória. São quase quatro mil casos de coronavírus a cada um milhão de britânicos, e é em um cenário de testes que o Remdesivir passou a ser liberado.
Liberação
Segundo o Ministério da Saúde britânico, o antiviral começa a ser indicado em alguns casos da COVID-19, a partir de informações preliminares obtidas em testes clínicos espalhados pelo mundo. Esses primeiros resultados demonstraram que a droga poderia acelerar em até quatro dias o tempo de recuperação dos doentes.
"Enquanto atravessamos esse período desafiador, precisamos estar na dianteira dos últimos avanços clínicos, garantindo em primeiro lugar a segurança dos pacientes", defendeu o ministro de Inovação britânico, James Bethell, sobre a liberação. "Vamos continuar monitorando os avanços dos testes clínicos pelo país para garantir os melhores resultados para os pacientes britânicos", garante a autoridade em saúde pública.
De acordo com o governo do país, a administração da droga será feita com base na probabilidade do benefício que o medicamento pode trazer para determinado paciente. Por enquanto, ainda não informou quantos pacientes serão tratados com o antiviral nesse primeiro momento.
Remdesivir pelo mundo
Para o Instituto Nacional de Saúde (NIH) norte-americano, dados de testes com o antiviral mostraram que o medicamento oferece, principalmente, benefício para pacientes que demandam mais oxigênio, sem, no entanto, dependerem da ventilação mecânica. O órgão também faz a ressalva de que "em função da alta mortalidade, apesar do uso do Remdesivir", o medicamento deve ser mais eficaz quando combinado a outros tratamentos contra o coronavírus.
Stephen Griffin, professor associado da Universidade de Leeds, no Reino Unido, é a favor de que o Remdesivir seja adotado no tratamento contra a doença. "Podemos esperar um aumento das taxas de pacientes recuperados e uma redução no'índice de mortalidade", aposta o professor.
Até o fim deste mês, a farmacêutica Gilead deve apresentar os resultados de seu estudo com o antiviral em pacientes com sintomas moderados da COVID-19.
Fonte: O Globo