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Alertas de "gatilho" não ajudam, só aumentam a ansiedade

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Kayla Koss/Unsplash
Kayla Koss/Unsplash

Você já se deparou com alertas de "gatilho" antes de um texto ou um vídeo? Segundo um estudo promovido por pesquisadores de Harvard, esse recurso — cuja premissa é impedir que uma pessoa tenha acesso a um material sensível que possa causar mal estar — não ajuda, só faz aumentar a ansiedade.

Para chegar a essa afirmação, os pesquisadores analisaram 12 estudos publicados desde 2018, que verificavam o efeito dos alertas de "gatilho", e então conduziram uma comparação para entender quão efetivos são os avisos. Costuma-se usar essas tags para alertar os leitores ou espectadores sobre assuntos como racismo, violência sexual ou outros tópicos relacionados a traumas.

Segundo a revisão, a maioria dos voluntários não deixava de consumir os conteúdos mesmo quando havia os alertas. Por sua vez, esses avisos não aumentavam a compreensão sobre os temas sensíveis abordados nas mídias e também não ajudavam a reduzir as emoções negativas desencadeadas pelo material em questão.

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Em vez de impedir que as pessoas fiquem ansiosas pelo material, os avisos antecipam esse sentimento, então as pessoas já ficam ansiosas por causa do próprio alerta de "gatilho". De qualquer forma, vale entender que o estudo ainda é um preprint, um seja, não foi revisado por pares, tampouco publicado em um periódico científico.

Outro ponto em que se deve prestar atenção é que os especialistas não analisaram os efeitos dos alertas de gatilho a longo prazo e nem seu impacto em grupos específicos, como vítimas de abuso, por exemplo. Por outro lado, a ciência já revelou que o cérebro é capaz de indicar tendência a transtorno do estresse pós-traumático. Também já vimos alguns hábitos contra a ansiedade comprovados cientificamente.

Fonte: OSF Preprints, The Atlantic