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Ainda sem regulamentação, consulta médica virtual é oferecida em plano de saúde

Por| 09 de Julho de 2019 às 08h47

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(Imagem: Divulgação/Getty Images)
(Imagem: Divulgação/Getty Images)

A rede Amil de planos de saúde, uma das maiores do país, começou a oferecer nesta segunda, dia 8 de julho, o serviço de “teleconsulta médica”, que consiste, basicamente, em uma conversa com o médico por meio de plataformas virtuais. A novidade já está disponível 24 horas por dia e conta com o apoio do Hospital Albert Einstein.

O novo formato visa desafogar a ocupação de hospitais e consultórios, oferecendo formatos de tratamento para consultas simples, relacionadas a gripe, tosse, dores de cabeça, garganta ou barriga, diarreia, náusea, cólica menstrual, alergia e ardor nos olhos. Se o médico atendente determinar que isso possa ser tratado remotamente, ele passará orientações e poderá até mesmo prescrever medicamentos sem que o paciente compareça fisicamente ao consultório.

Já as situações onde o risco é mais alto, independentemente da simplicidade da doença ou problema, o médico fará a recomendação e encaminhamento a uma unidade de saúde, cujo porte vai variar conforme a gravidade da situação. É o caso de realização de exames comuns, como retirada de sangue, por exemplo.

De acordo com Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group do Brasil, que controla a Amil, “já existe uma mecânica padronizada de prescrição de medicamentos através de certificação digital. Você pode pegar coisas que aparentemente são simples, mas que, se não interferir a tempo, podem se transformar em coisas muito complexas, como uma alteração na visão que pode indicar até um AVC”, ele comenta.

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Por ora, a Amil comunica que o serviço está disponível apenas para membros do plano Amil One, um pacote mais premium de benefícios clínicos, contratado atualmente por aproximadamente 180 mil clientes. Entretanto, a rede diz que seu objetivo é expandir a novidade para toda a base, composta por aproximadamente 800 mil associados.

O atendimento será feito por 15 médicos do Hospital Israelita Albert Einstein que já receberam treinamento adequado para a nova função. “Nossa primeira experiência foi com nossos colaboradores e seus dependentes. Verificamos que esses atendimentos virtuais evitaram idas desnecessárias ao pronto socorro em 83% das vezes”, diz o presidente do hospital, que ressaltou que o atendimento virtual vem sendo feito pela equipe do Einstein há pelo menos dois anos.

Há uma leve polêmica no assunto, haja vista que o serviço de “teleconsulta virtual” não possui aval do Conselho Federal de Medicina (CFM). Houve uma tentativa de submeter a proposta do serviço em fevereiro deste ano, em atualização à resolução 1.643/2002, que regulamenta fatores intrínsecos ao serviço, mas ela foi rechaçada pelos conselhos regionais da prática (o popular “CRM”). Até o dia 31 de julho de 2019, o órgão de controle federal receberá sugestões de atualizações para subsidiar o texto atual.

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Ao Estadão, representantes do CFM disseram, quando questionados sobre a oferta da Amil, que “o atendimento presencial e direto do médico em relação ao paciente é regra para a boa prática médica”, conforme prevê o artigo 37 do Código de Ética Médica. O texto afirma que “é vedado ao médico prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo”.

Fonte: Estadão