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Lenacapavir | Acesso a PrEP pode por fim à pandemia do HIV

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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AtlasComposer/Envato Elements
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Para acabar com a pandemia do HIV, é preciso melhorar as formas de prevenção. Sem vacinas eficazes e seguras, o inovador medicamento Lenacapavir, da farmacêutica norte-americana Gilead, pode ser decisivo na redução global de novas infecções do vírus da AIDS.

O Lenacapavir é uma forma de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) injetável de longa duração. De forma simples, a pessoa recebe a medicação, através de uma injeção, a cada seis meses para impedir futuras infecções do HIV. 

Medicamentos do tipo PrEP são fundamentais para grupos com comportamento de risco e em áreas com alta incidência de infecções pelo vírus da AIDS. O uso pode por um fim à pandemia do HIV, mas o acesso aos injetáveis é muito limitado.

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“Se essa opção de PrEP for disponibilizada de forma rápida e acessível aos usuários em potencial, poderá representar um avanço para a prevenção do HIV”, reforça o relatório A Urgência do Agora: a AIDS frente a uma Encruzilhada, divulgado na segunda-feira (22).

Inclusive, um estudo recente provou que a medicação Lenacapavir previne em 100% novas infecções em adolescentes e mulheres na África.

Versão genérica do Lenacapavir 

Neste cenário, "a Gilead tem a oportunidade de nos levar mais perto de acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública", afirmou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Unaids, para a agência de notícias AFP. Para isso, é preciso que a farmacêutica libere a criação do genérico.

A proposta é que a versão genérica e mais barata da PrEP Lenacapavir seja vendida para países de baixa e média renda, com o objetivo de reduzir as transmissões do vírus que causa mortes e enormes danos ao sistema de saúde há mais de 40 anos. Todo o projeto pode ser coordenado pela organização internacional Medicines Patent Pool, apoiada pela ONU.

Se isso acontecer, "eles [a Gilead] podem ser a empresa que ganhará um Prêmio Nobel [pelo combate ao HIV], por exemplo. A recompensa não vem apenas por meio de dinheiro. Há também o reconhecimento. Imagine o quão maravilhoso isso seria", acrescenta Byanyima.

Mais pessoas em tratamento do HIV

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Segundo o recente relatório da Unaids, cerca de 39% menos pessoas se infectaram com o HIV em 2023, em comparação com 2010. Apesar da redução, isso ainda significa que 1,3 milhão de indivíduos passaram a conviver com o vírus da AIDS nos últimos 12 meses. Além disso, foram registradas 630 mil mortes em decorrência da infecção.

Em relação ao tratamento de pessoas que já têm o diagnóstico, o ano de 2023 marcou uma “conquista histórica”, já que 77% dos pacientes (30,7 milhões) estão em tratamento. Em 2015, a cobertura era de 47%.

Aqui, vale lembrar que “pessoas com carga viral indetectável [em tratamento] têm risco zero de transmitir o HIV a suas parcerias sexuais”, destaca a Unaids. 

Meta para o fim da pandemia

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Com a possibilidade da PrEP injetável Lenacapavir ganhar uma versão genérica, o mundo está mais perto do fim da pandemia de AIDS. Entretanto, isso somente ocorrerá, caso as metas 95-95-95 sejam alcançadas nos próximos anos. 

O foco é que 95% das pessoas infectadas saibam que convivem com o vírus do HIV. Entre esses indivíduos, 95% precisam receber o tratamento antiviral adequado. Desse total, 95% devem estar com a carga viral suprimida, sem transmitir mais a infecção. Embora o cenário atual seja 86-89-93, é possível melhorá-lo, especialmente com as novas tecnologias

Fonte: Unaids, France24 (AFP)  

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