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A manteiga de laboratório testada e aprovada por Bill Gates

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Alexstand/Envato
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Bill Gates

Para limitar o impacto ambiental da agricultura e da agropecuária, diferentes iniciativas buscam recriar alimentos em laboratórios, como a carne de frango de laboratório. Neste cenário, a startup norte-americana Savor aposta em uma manteiga de laboratório, que foi testada e aprovada por Bill Gates.

Há anos, o bilionário Gates deixou o comando da Microsoft e se tornou um filantropo, apoiando novas iniciativas na área da saúde e do meio ambiente. Tanto é que a startup, responsável pela nova manteiga, recebeu seus aportes. A aposta é que alimentos do tipo reduzam a pegada de carbono da alimentação humana, ajudando a conter o aquecimento global.

Afinal, essa nova “gordura vegetal” é produzida a partir de dióxido de carbono retirado do ar e hidrogênio da água, sem precisar da criação de animais ou de terras agrícolas. Do ponto de vista químico a manteiga de laboratório é igual à tradicional, segundo os inventores.

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Produção da manteiga de laboratório

Quando se olha para a estrutura química da gordura, o produto é feito basicamente de cadeias com átomos de carbono e hidrogênio. Através dos testes da Savor, foi possível obter esses blocos de construção a partir da água e do ar. Em seguida, uma série de processos bioquímicos os reorganiza em gorduras, que são molecularmente idênticas. 

"O resultado são moléculas de gordura reais como as que obtemos do leite, queijo, carne bovina e óleos vegetais”, afirma Bill Gates, em artigo do seu blog GatesNotes. No entanto, há uma diferença bastante importante. “O processo não libera gases de efeito estufa, não usa terras agrícolas e demanda menos de um milésimo da água que a agricultura tradicional usa”, destaca o investidor.

Bill Gates aprova a nova manteiga

Diferente da maioria dos alimentos cultivados em laboratório, Gates garante que a manteiga “tem um gosto muito bom — como a versão real, porque químicamente é”. "Eu provei os produtos da Savor e não conseguia acreditar que não estava comendo manteiga de verdade”, reforça sobre a sua experiência positiva. Entretanto, o hambúrguer da startup ainda não tem um sabor tão bom quanto o original.

A seguir, veja Gates provando os alimentos da startup Savor:

Substituto do óleo de palma 

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Gates não está preocupado em buscar novas alternativas apenas para a gordura animal, ele também investe na startup C16 Biosciences que trabalha no desenvolvimento de uma alternativa ao óleo de palma. Esta é a gordura vegetal que causa mais destruição e impacto ambiental, já que é associada ao desmatamento.

Neste caso, a empresa desenvolve um produto feito a partir de um micróbio de levedura, usando um processo de fermentação que não produz emissões de dióxido de carbono. 

“Embora seja quimicamente diferente do óleo de palma convencional, o óleo da C16 contém os mesmos ácidos graxos, o que significa que pode ser usado nas mesmas aplicações. E é tão ‘natural’ quanto o óleo de palma”, escreve Gates. “É apenas cultivado em fungos em vez de árvores”, acrescenta.

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Desafio da comida de laboratório

Apesar das novas iniciativas, ainda há um longo percurso antes que esses alimentos cheguem ao mercado. Mesmo saboroso, como a manteiga de laboratório, o custo de produção é excessivamente alto, o que inviabiliza a produção em larga escala.

"O grande desafio é reduzir o preço para que produtos como os da Savor se tornem acessíveis às massas — seja pelo menos igual ao custo das gorduras animais ou menor”, completa Gates.

Fonte: GatesNotes

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