6 doenças que podem ser transmitidas através da roupa de cama suja
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Não existe ambiente mais acolhedor que o nosso quarto e uma boa cama, mas este ambiente aparentemente tranquilo pode esconder inúmeros germes, como bactérias, vírus e até pequenos insetos. Esses agentes infecciosos tendem a se multiplicar quando a roupa de cama está úmida e suja.
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Para manter a nossa saúde em dia, é preciso manter os lençóis, edredons, travesseiros e colchões limpos, explica Manal Mohammed, professora de microbiologia da Universidade de Westminster, no Reino Unido, em artigo para o site The Conversation.
Segundo a especialista, lençóis sujos podem ser comparados com uma placa de petri — recipiente de plástico ou vidro usado em laboratórios para estudar o crescimento de microorganismos. "A combinação de suor, saliva, caspa, células mortas da pele e até mesmo partículas de alimentos tornam o ambiente ideal para o crescimento de uma série de germes", pontua Mohammed.
1. Bactéria Staphylococcus aureus
Aproximadamente um terço das pessoas convive, de forma harmoniosa, com a bactéria Staphylococcus aureus em seu organismo, estando presente no nariz ou na pele. Por isso, esses indivíduos eliminam constantemente o agente infeccioso, inclusive nas roupas de cama.
Entre as complicações, ela pode causar piora em casos de acne, infecções na pele ou casos de pneumonia. No entanto, a situação mais perigosa é quando a bactéria invade o corpo através de um machucado aberto ou feridas, chegando à corrente sanguínea e se espalhando por todo o corpo.
2. Asma e alergias
Por dia, os seres humanos perdem 500 milhões de células da pele, explica a pesquisadora Mohammed. Parte significativa desses dejetos "repousam" nas roupas de cama e, quanto mais tempo uma pessoa leva para trocar o lençol, mais esses fragmentos se acumulam.
"Essas células da pele podem atrair e ser ingeridas por ácaros microscópicos. Esses ácaros e seus excrementos podem desencadear alergias e até asma", acrescenta sobre as possíveis complicações que podem ser enfrentadas por quem dorme em uma cama suja.
3. Picadas de percevejos
Esta não é propriamente uma doença, mas roupas de cama sujas são a atmosfera perfeita para o aparecimento de percevejos, como ocorre com os ácaros. Quando pica os humanos, este inseto deixa marcas vermelhas, provoca coceira e pode desencadear reações alérgicas mais graves em alguns indivíduos, além de impedir uma boa e tranquila noite de sono.
4. Mpox
A Mpox, doença conhecida anteriormente como varíola dos macacos, é transmitida através do contato físico com pessoas que tenham erupções na pele provocadas pelo vírus. Estas erupções são altamente infecciosas e podem contaminar até mesmo objetos, como roupas de cama e toalhas, através das secreções que liberam. Dessa forma, pessoas saudáveis podem contrair a doença ao deitarem em locais contaminados.
5. Gripes e resfriados
Na verdade, a regra básica é que pessoas doentes precisam ter um cuidado redobrado com as roupas de cama. Afinal, lençóis e fronhas sujas podem transmitir diversos agentes infecciosos, incluindo a gripe (influenza) e resfriados, para outros indivíduos saudáveis. "Os vírus da influenza podem sobreviver em tecidos por 8 a 12 horas", explica Mohammed.
6. Gonorreia
Até mesmo a gonorreia pode ser transmitida por superfícies contaminadas, como uma roupa de cama suja. "Embora sensível ao calor e à secagem, a [bactéria da] gonorreia pode permanecer viável em pus no pano por vários dias", aponta revisão sistemática — investigação que compara resultados obtidos por outros estudos — desenvolvida por Felicity Goodyear-Smith, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.
Afinal, como evitar as doenças do lençol sujo?
Diante de tantos riscos, o conselho é trocar toda semana a roupa de cama. Se você passa muito tempo na cama, dorme sem roupa ou transpira muito à noite, esse tempo deve ser ainda menor, orienta a pesquisadora Mohammed. Para reduzir o risco da proliferação de germes e insetos, tomar banho antes de dormir, nunca deitar suado, não comer na cama e manter os animais longe dos lençóis também são práticas importantes, completa.
Fonte: The Conversation e Science Direct