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Primeira mulher com HIV é curada após transplante de células-tronco

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Fevereiro de 2022 às 17h24

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Shiwork/Envato Elements
Shiwork/Envato Elements

Nos Estados Unidos, uma equipe de cientistas anunciou, nesta terça-feira (15), ter curado a primeira mulher da infecção pelo HIV, após um transplante de células-tronco — também chamado de transplante de médula óssea. Procedimentos do tipo já foram realizados outras três vezes, com sucesso, para curar pacientes do vírus da Aids, mas esta é a primeira mulher a passar pelo tratamento. O caso foi apelidado de “paciente Nova York”.

Divulgado na Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, o relato do caso da mulher que foi curada do HIV ainda não foi publicado em uma revista científica. O estudo foi liderado pela pesquisadora Yvonne J. Bryson, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Califórnia (UCLA). O procedimento foi realizado no NewYork-Presbyterian Hospital.

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A "paciente Nova York" foi diagnosticada com o HIV em 2013 e a leucemia em 2017. Apesar do aparente sucesso do procedimento, a técnica não pode ser replicada em todas as pessoas que convivem com o vírus, porque é de alto risco e envolve elevados custos. No momento, a equipe ainda acompanha um eventual retorno da infecção.

Nova técnica para o transplante de células-tronco

O transplante de célula-tronco substitui o sistema imunológico de um indivíduo pelo de outra pessoa (doador), o que é responsável por tratar e curar alguns tipos de câncer, como a leucemia. Em consequência, pode eliminar o HIV do organismo, mas apenas em alguns casos. Para isso, é necessário que o doador tenha uma rara anormalidade genética que confere resistência ao vírus.

No caso da "paciente Nova York", a equipe buscou formas de possibilitar a doação de pessoas que não fossem doadores idênticos. Por isso, ela recebeu, em primeiro lugar, um transplante de sangue do cordão umbilical — que contém células-tronco. No dia seguinte, os pesquisadores transplantaram um enxerto maior de células já adultas.

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De acordo com a equipe responsável pelo feito, a paciente não usa mais retrovirais para controlar o HIV há mais de 14 meses. A medicação contínua foi interrompida após três anos do transplante. Agora, diferentes tipos de exames são realizados para detectar algum sinal do vírus da Aids ou de anticorpos, sem sucesso.

Quem pode passar pela cirurgia?

Segundo os pesquisadores, é antiético buscar a cura do HIV pelo transplante de células-tronco em pessoas que não tenham um tipo de câncer potencialmente fatal ou outra condição que já os torne candidatos a um tratamento tão arriscado. “Estimamos que existam aproximadamente 50 pacientes por ano nos EUA que poderiam se beneficiar deste procedimento”, explica o médico Koen van Besien, um dos envolvidos no transplante.

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Mais curas do HIV no mundo

Na ainda breve trajetória de curas do HIV, outros três casos de pacientes passaram pelo transplante de células-tronco e conseguiram alcançar a cura do HIV. O primeiro deles foi Timothy Ray Brown, tratado na cidade alemã de Berlim. Esta foi a primeira pessoa do mundo a ser considerada curada do vírus da Aids, em 2007. Muito parecido com a "paciente Nova York", o "paciente Berlim" passou por um transplante de médula óssea, enquanto enfrentava a leucemia.

Mais de uma década depois, um outro paciente, Adam Castillejo — conhecido como o "paciente Londres" —, foi declarado curado do HIV, no ano de 2019 após um transplante de medula óssea para tratar o linfoma de Hodgkin, que é um outro tipo de câncer. O “paciente de Düsseldorf” — nome de uma cidade da Alemanha — é considerado o terceiro caso de sucesso dessa técnica experimental e também foi apresentado em 2019.

Fonte: NBC