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Você prefere perder seu emprego para um robô ou outro humano?

Por| 05 de Agosto de 2019 às 18h15

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Você prefere perder seu emprego para um robô ou outro humano?
Você prefere perder seu emprego para um robô ou outro humano?

Se na pergunta do título dessa matéria você respondeu "robô", então, parabéns! Você faz parte de uma maioria que prefere ver um autômato realizando suas funções em um emprego, do que um "concorrente" de carne e osso. Pelo menos essa foi a conclusão de uma pesquisa feita por pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha.

A pesquisa envolveu 300 participantes. Na primeira parte, eles avaliaram se preferiam que um membro da sua equipe de trabalho fosse substituído por um robô ou outro humano. Nesse caso, curiosamente, 62% das pessoas responderam que preferiam ver um outro humano assumindo as responsabilidades.

Mas, quando os pesquisadores pediram que esses participantes mudassem sua perspectiva e imaginassem perder seu próprio emprego, o cenário mudou: apenas 37% optaram ser substituídos por um outro humano. Nesse caso, eles preferiam um robô.

A equipe descobriu que as pessoas classificaram os robôs como menos ameaçadores à sua identidade do que os substitutos humanos em um ambiente de trabalho. Para chegar a essa conclusão, eles fizeram perguntas sobre qual tipo de substituição faria alguém se sentir mais desvalorizado, levantaria mais dúvidas sobre si mesmo ou faria com que questionassem suas próprias habilidades. E foi aí que os humanos apareceram com mais força. "Isso acontece porque as pessoas não sentem que podem, devem competir com um robô ou com um software da mesma forma que outra pessoa", afirmou Armin Granulo,um dos responsáveis pelo estudo.

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Mercado de trabalho aquecido para robôs

Granulo e sua equipe também estenderam sua pesquisa junto a 296 trabalhadores da indústria de manufatura . Eles descobriram que um terço dos entrevistados (33%) achava que seu trabalho atual poderia ser substituído pela tecnologia no futuro próximo. No entanto, esses mesmos trabalhadores disseram que também preferiam ser substituídos por robôs ao invés de pessoas.

E aqueles que temem perder seus empregos para novas tecnologias têm lá a sua dose de razão. Isso porque, em 2013, um estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford, Inglaterra, afirmou que metade dos empregos nos EUA poderia ser feito por robôs nos próximos 20 anos. Houve outras pesquisas semelhantes e, apesar de resultados diferentes,a maioria dos especialistas concorda que um grande número de vagas será automatizada em um futuro não muito distante

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“Uma coisa que descobri é que os trabalhadores preferem plantas industriais automatizadas em detrimento as não-automatizadas, porque não precisam fazer tanto trabalho pesado", afirmou Carl Frey, líder do estudo da Universidade de Oxford. "Mas as pessoas se importam com as transições. Quando algo novo estava sendo introduzido, eles se preocupavam com a perda de responsabilidade, o que poderia ameaçar seus empregos ”.

Frey diz ainda que alguns empregos podem, ao invés de desaparecer, passar por adaptações por causa da evolução tecnológica. Ele toma como exemplo a função de um um caixa de banco: "Há 40 anos, um caixa de banco humano lidou com mais dinheiro e transações do que um caixa eletrônico pode assumir hoje", afirmou. "Mas esses empregos ainda existem. Agora, um caixa de banco é mais um gerente de relacionamento. O trabalho de lidar com o dinheiro físico desapareceu, mas não pensamos assim, porque o que importa para as pessoas é se elas são substituídas ”, continua.

No entanto, se algumas funções se modificam, outras tendem mesmo a desaparecer, substituídos pela automação. E isso vale, principalmente, para aquelas que exigem pouco qualificação e voltadas à população de baixa renda: “São os trabalhadores do depósito, os caixas, as recepcionistas e os caminhoneiros, por exemplo, os mais expostos à tecnologia que vemos no horizonte. Não temos veículos autônomos na estrada, não temos Amazon Go [lojas de conveniência da Amazon que dispensam funcionários] em muitos lugares, mas tenho certeza de que os teremos eventualmente”, completa Frei.

Fonte: NewScientist