Vídeo mostra robô que colhe cogumelos como se fosse um humano
Por Gustavo Minari | Editado por Douglas Ciriaco | 17 de Fevereiro de 2022 às 10h27
Pesquisadores da University of Western Ontario, no Canadá, desenvolveram um robô capaz de colher cogumelos com a mesma habilidade de um trabalhador humano. A ideia é que a máquina autônoma supra a falta de mão de obra qualificada para desempenhar essa função nas lavouras.
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Os cientistas programaram o robô com um código escrito especialmente para essa tarefa, permitindo que ele possa agarrar cogumelos delicados sem estregá-los durante esse processo. Em vez de ventosas, a equipe usou aprendizagem de máquina para dar um toque mais suave à máquina.
“Se você for a uma fazenda de cogumelos, a primeira coisa que notará é que os cogumelos são muito densos e há muitos deles crescendo nos canteiros. Os humanos têm a destreza para agarrá-los facilmente. Eles podem mudar a manobra para colhê-los corretamente, dobrando, torcendo ou fazendo uma combinação entre esses dois movimentos”, explica o professor de engenharia Mehrdad Kermani.
Visão computacional
Para ensinar o robô a reconhecer quando um cogumelo está pronto para ser colhido do canteiro, os pesquisadores projetaram um dispositivo de visão computacional que consegue escanear o tamanho do fungo — um dos principais fatores que indicam que ele está suficientemente maduro.
Como o bot consegue trabalhar em turnos de 24 horas sem interrupções ou descansos, seu sistema autônomo pode escanear um cogumelo — e se ele não estiver maduro — retomar o trabalho algumas horas depois, evitando desperdícios e aumentando a eficiência da colheita.
“Os cogumelos crescem muito rápido. Em 24 horas, eles dobram de tamanho, o que significa que, quando estão maduros, você precisa colhê-los. Se fizer isso muito cedo, o rendimento cai. Se demorar muito, eles não duram na prateleira. Não é como uma maçã ou laranja, já que a janela de tempo é muito limitada”, acrescenta Kermani.
Além de cogumelos
Os pesquisadores pretendem expandir as habilidades do robô para ele conseguir trabalhar na colheita de outros produtos, como frutas, legumes e hortaliças. Um dos principais desafios é desenvolver um sistema autônomo capaz de identificar as diferentes lavouras existentes em uma fazenda.
Para automatizar esse processo, os robôs precisam calcular a força e os movimentos necessários para extrair cada alimento, esteja ele no solo ou na ponta de um galho. Garras especializadas podem ajudar nessa tarefa, dando o suporte adequado para que as máquinas consigam desempenhar essa função com eficiência.
“Além de dosar a força, o sistema de visão computacional deve considerar a sobreposição das folhas ou a maciez da fruta para que o mecanismo robótico consiga diferenciar entre a suavidade de um caule e a dureza de um galho antes de começar o trabalho propriamente dito”, encerra o professor Mehrdad Kermani.