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Pessoa emocionalmente ligada a robôs é péssima colega de trabalho, diz estudo

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 23 de Fevereiro de 2022 às 12h39

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Yurakrasil/Envato
Yurakrasil/Envato

Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, e do Instituto de Tecnologia de Sungkyunkwan, na Coreia do Sul, apresentaram um novo estudo mostrando que pessoas emocionalmente ligadas a robôs podem prejudicar o relacionamento com outros colegas de trabalho de carne e osso.

A pesquisa mostra que esses vínculos emocionais criados entre máquinas e humanos — que convivem no mesmo ambiente, como em uma fábrica — podem atrapalhar o desenvolvimento da amizade à medida que os trabalhadores se tornam mais apegados ao robô que aos seus colegas.

“Muita atenção tem sido direcionada aos resultados positivos desse vínculo, como maior envolvimento profissional e prazer no trabalho, mas poucos estudos analisaram as repercussões negativas nos relacionamentos e no desempenho da equipe como um todo”, explica o professor Lionel Robert, coautor da pesquisa.

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Trabalho em equipe

O estudo revelou que equipes compostas por humanos e robôs podem se dividir em subgrupos — as famosas panelinhas — que atuam mais como dois times concorrentes do que um grupo geral e mais coerente. Essa subdivisão dos grupos, na maioria das vezes, tende a minar o trabalho em equipe.

Segundo os pesquisadores, a segmentação de uma equipe de trabalho em subgrupos pode causar discórdia e situações de disputa, tornando os humanos mais propensos a formar laços emocionais mais fortes com seus colegas de plástico e metal do que com outros humanos, que passam a ser vistos como concorrentes.

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“Para chegar a essa conclusão, nós conduzimos dois estudos distintos: um quantitativo, realizado em laboratório, e outro qualitativo, feito com base nos dados coletados de operários e gestores que trabalham diariamente na companhia de robôs”, acrescenta o professor Sangseok You, autor principal da pesquisa.

Laboratório x vida real

No estudo feito em laboratório, 44 equipes compostas por dois humanos e dois robôs tinham que mover garrafas em uma competição, respondendo perguntas sobre seu desempenho e conexão com seus parceiros. Os pesquisadores constataram que, quando os humanos se conectaram mais com o robô, surgiram subgrupos na equipe, prejudicando o trabalho em grupo.

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Já no segundo estudo, os cientistas coletaram informações de 112 participantes que gerenciavam pessoas trabalhando diretamente com robôs em setores como manufatura, vendas, hospitais e consultorias financeiras para encontrar soluções capazes atenuar os efeitos negativos da criação de subgrupos no ambiente de trabalho.

“Os resultados mostraram que o treinamento, a melhoria da comunicação entre os humanos e o fornecimento de liderança atenuaram os efeitos dos subgrupos que prejudicaram o desempenho. Quando os empregadores têm uma conexão maior uns com os outros em vez de robôs, a qualidade do trabalho em equipe é muito mais alta”, conclui o professor Sangseok You.

Fonte: University of Michigan