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Robô-operário consegue "ler a mente" de colegas humanos com 96% de acerto

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 13 de Janeiro de 2022 às 17h45

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anontae2522/envato
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Pesquisadores do Centro de Tecnologia de Inovação em Manufatura Inteligente da Three Gorges University, na China, desenvolveram um robô industrial capaz de “ler a mente” de um operário com 96% de precisão. Além de monitorar as ondas cerebrais do colega humano, a máquina também coleta sinais elétricos dos músculos para diminuir o tempo de resposta.

Segundo os cientistas, o robô consegue interpretar a intenção do usuário sem que ele precise dizer algo ou fazer gestos físicos. Caso o operário precise de uma ferramenta, por exemplo, o bot reconhece essa ação, pega o objeto e o coloca na estação de trabalho quase instantaneamente.

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“Na manufatura industrial moderna, a atividade de montagem é responsável por 45% da carga de trabalho e representa entre 20% e 30% do custo total de produção. Robôs colaborativos poderiam acelerar esse processo se melhorarmos sua capacidade de reconhecer a intenção humana”, explica o professor de robótica Dong Yuanfa, autor principal do estudo.

Cobots

Humanos e máquinas autônomas dividem as linhas de montagem em fábricas há décadas, mas permanecem separados em ambientes diferentes para evitar acidentes. Essa atitude se torna necessária já que os robôs não podem lidar com a diversidade de emoções e intensões de seus colegas de carne e osso.

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Com o sistema criado pelos pesquisadores, um fone de ouvido usa um detector de ondas cerebrais não invasivo, além de sensores instalados nos braços dos operários para executar os comandos. Essa técnica faz com que os bots consigam prever e interpretar o que o operário deseja em uma fração de segundos, antecipando movimentos e ações sem precisar de operadores humanos.

“Ao testar o dispositivo usando apenas um detector de ondas cerebrais, a precisão do robô para estimar uma intenção foi de 70%. Descobrimos que a combinação com sensores musculares presos aos braços dos voluntários melhorava consideravelmente o índice de acerto, dando ao sistema um tempo de resposta sem precedentes”, acrescenta Yuanfa.

Chão de fábrica

Segundo os pesquisadores ainda existem alguns desafios a serem superados antes que essa nova tecnologia seja implantada em uma situação real de trabalho, longe do ambiente controlado dos laboratórios. Embora detectores e sensores possam ser colocados em capacetes e uniformes de um operário, a qualidade dos dados pode ser prejudicada pelo suor ou por movimentos contínuos.

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A ideia é que esse sistema de reconhecimento de intenção seja aprimorado com o passar dos anos, tornando a colaboração entre máquinas e seres humanos mais natural e precisa, sem a necessidade de programações complexas ou de dispositivos dotados de inteligência artificial mais avançados.

“Acreditamos que boa parte dos problemas relacionados ao uso de sensores corporais poderiam ser resolvidos se alimentássemos os robôs com dados visuais e de movimento, fazendo com que as máquinas pudessem antecipar uma ação sem que o usuário tivesse que vestir o equipamento como um uniforme. Esse será nosso próximo desafio”, encerra o professor Dong Yuanfa.

Fonte: South China Morning Post